terça-feira, 10 de setembro de 2013

"Kikia Matcho" - Filinto de Barros

I. Identificação do Livro


Autor: Filinto Barros
Edições: Editorial Caminho
Nº. de págs.: 156
Colecção: Autores Lusófonos
Ano de edição: 2010
Classificação: Ficção

Sinopse: Filinto de Barros nasceu em Bissau a 28 de Dezembro de 1942. Fez estudos secundários no Colégio Nuno Álvares, em Tomar, e estudos superiores na Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra e no Instituto Superior Técnico da Universidade Técnica de Lisboa. Depois da independência da Guiné-Bissau foi embaixador em Lisboa, entre 1978 e 1981. Na Guiné-Bissau exerceu vários cargos políticos, entre os quais ministro da Informação e Cultura (1981-1983), ministro dos Recursos Naturais e Indústria (1984-1992) e ministro das Finanças (1992-1994). Kikia Matcho, sua primeira obra literária, é, nas palavras do autor, um pequeno exercício de ficção. Nem história, nem sociologia, nem etnologia, nem política, tão-somente uma abordagem que se pretende dinâmica e existencial do processo de síntese sociocultural de um Povo.


II. Opinião Pessoal

Este livro tem muito que se lhe diga!
Aborda temáticas importantíssimas que ainda não estão, nem irão ficar resolvidas...
As citações aqui transcritas espelham bem os problemas de África, da Humanidade...



PONTUAÇÃO DO LIVRO

  • ❤ - Favorito


III. Trechos

"Duas Culturas em Confronto. Dum lado, os cristons com o seu conceito de honra machista, de fidelidade conjugal, como herança dos padres católicos. Noutro extremo, a comunidade islâmica com a família alargada, a prática da poligamia, onde hipocritamente se finge não saber se as mulheres têm outras companhias. A necessidade de exibir riqueza através do número de mulheres e obter trabalho braçal mais barato obriga a coabitar com a infidelidade conjugal, sobretudo nos centros urbanos."

"E o que dizer desta mistura rocambolesca do padre e do porco sobre o qual o caixão deve passar? Benaf perdeu a mística do Continente. Assim não poderia compreender o híbrido que resultou que resultou da civilização cristã, tão cara aos europeus! O paganismo e o cristianismo juntaram-se não só para se tolerarem mas para se complementarem! É assim a África, o continente da vida, o continente que em vez de repudiar as influências externas acaba por as assimilar, transformá-las e fazer delas traços culturais à sua maneira. Era isto que Benaf não compreendia e que jamais virá a entender!"

"Agora Papai compreendia o motivo que levou 'N Dingui à ruína humana. Ele, Papai, refugiou-se no lamaçal da Tia Burim Mdujo, para fugir do desencanto duma revolução que teimava em afastar-se do caminho traçado, para não ver o que estava sendo visto pelos outros, enfim, para manter intacto o seu eldorado mundo de Amílcar Cabral. Afinal, 'N Dingui fugia da sua própria consciência, fugia da máquina que, tendo-o transformado num monstro, o havia repudiado de seguida."


IV. Mais infos

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