domingo, 26 de julho de 2009

"Os Paradoxos do Actor", de José Fernandes Fafe




 Identificação do Livro


Autor: José Fernandes Fafe
Edições: Editorial notícias
Nº de págs.: 176
Classificação: Romance

Sinopse: António José, a personagem principal. Funcionário público consciencioso, empenhado, metódico e homem prático quando é preciso, e na sua profissão, às vezes, é preciso. E também: anda à procura de um critério capaz de distinguir o estado de vigília do estado de sonho, vê o mundo, os outros e a si próprio, como teatro...
Bem, um esquizofrénico ou a caminho disso. Possivelmente não chegou lá porque entretanto teve um desastre de automóvel que o deixou em coma, onde assistiu ao «filme da sua vida», experiência que relatam muitos dos que regressam do coma à vida. Durante a convalescença no hospital, decide reformar-se. Completamente: não só passar à situação de reformado, como reformar a sua maneira de pensar, a sua personalidade.
Resultados? O melhor é ler o romance. Só adiantaremos que a história acaba bem. Acaba às gargalhadas. (Esperamos que o leitor não se lembre de Schopenhauer:«Quando uma história acaba bem, nunca perguntes - e depois?»)

Opinião Pessoal


A história parece mais bem explicada na contracapa do que no próprio livro. Confesso que não entendia algumas atitudes das personagens e o final foi, para mim, completamente inesperado e, de certa forma, um pouco absurdo. É um romance que necessita de uma leitura cuidada. Apesar dos capítulos estarem bem organizados de forma a não se perder o sentido da história, as intervenções do narrador podem baralhar o leitor. Não deixa de ser, contudo, interessante. O tema do psiquismo humano é o ponto forte.
Quando acabei de o ler, fiquei ligeiramente desapontada porque estava à espera de mais... Mas agora que penso nisso, estou feliz. Aconselho na mesma a sua leitura. Não é um daqueles "best-sellers" mundiais, mas também não é mau de todo. É verdade que fiquei a conhecer um quase esquizofrénico (risos) e como em todos os livros aprendi coisas novas.



Deve-se tentar sempre ler o maior número de histórias, esta é a minha deixa ;)


PONTUAÇÃO DO LIVRO

  • ✰✰✰ - Razoável




Sugestões


  • Infopedia - Podem encontrar uma breve biografia do autor.
  • Wook - Um dos sítios onde se pode adquirir o livro.


。◕‿◕。










domingo, 19 de julho de 2009

O direito de não acabar um livro



"O meu chapéu cinzento - Pequenas Geografias", de Olivier Rolin 

é uma tentativa falhada de leitura.

Comprei-o numa feira do livro que se fez na minha antiga escola por 2€. 

O livro pareceu-me interessante aquando lia a contracapa e decidi adquiri-lo.





Identificação do livro


Autor: Olivier Rolin
Editora: ASA
Colecção: Pequenos Prazeres
Nº de págs: 144
Sinopse: O Meu Chapéu Cinzento, de Olivier Rolin, transporta-nos, numa extraordinária viagem, da Alexandria de Cavafy e Durrell à Lisboa de Fernando Pessoa, à Atenas de Melina Mercouri, à Goa de Tabucchi, aos Açores de Antero e dos pescadores de baleias... 
Recusando embora a classificação de escritor de viagens, Rolin demonstra aqui, porém, a velha e frutuosa ligação que a viagem e a literatura estabeleceram desde que Homero fez Ulisses voltar a Ítaca...
A presente edição de O Meu Chapéu Cinzento - título inspirado num verso de Blaise Cendrars - reproduz nove das viagens da edição original francesa, seleccionadas pelo autor e pelo editor português. 
Como diz Olivier Rolin, a coerência que podemos esperar deste conjunto de relatos é a que resulta do facto de "em cada uma das escalas desta peregrinação nos termos esforçado por exigir alguma exactidão das palavras, de modo a que elas constituíssem como que os fragmentos de uma geografia, isto é, de uma escrita escrupulosa de terra".



Opinião Pessoal


A 1ª página até gostei, mas o autor começa a "viajar" muito com as palavras e eu disperso-me. Lia repetidamente alguns excertos para conseguir perceber a lógica do texto, mas perdi o entusiasmo. Penso que o autor usa de muita perífrase ao ponto de cansar o leitor.

Parei de ler na pág. 17, nem cheguei ao fim do 1º capítulo -> servi-me d' Os Direitos Inalienáveis do Leitor e agi em conformidade com o Terceiro Direito: o direito de não acabar um livro. 

Com certeza terei de concentrar-me mais neste livro e abstrair-me do que me rodeia se quiser alcançar a última pág. No entanto, se alguém já leu este livro todo, pode dizer-me o que achou? Bastaria um pequeno comentário. Obrigada.




◑﹏◐







domingo, 5 de julho de 2009

"Como um Romance", de Daniel Pennac


Identificação do Livro



Autor: Daniel Pennac
Edições: ASA
Colecção: Pequenos Prazeres
Nº de págs: 174
Classificação: Ensaio

SinopseÉ sobejamente conhecido o desgosto com que os pais preocupados com a formação dos filhos costumam registar a inapetência destes para a leitura. Daniel Pennac, romancista, professor e pai de família, descreve neste ensaio cheio de humor, todas as perplexidades que usualmente assaltam os diversos intervenientes neste processo de conflitos surdos, temores, bloqueios e teimosias. Acima de tudo, conforme se sublinha no presente livro, a leitura tem de ser um prazer e os leitores de hoje devem usufruir de alguns direitos inalienáveis.

«Como Um Romance» é assim uma obra profundamente original, onde, de uma forma ao mesmo tempo divertida e muito séria, se aborda aquela que é porventura a questão central de que dependem o destino do livro e da cultura tal como a temos entendido tradicionalmente.


Opinião Pessoal



O autor, através de exemplos do dia-a-dia e, principalmente, através da sua própria experiência de vida, expõe motivos que fazem com que os jovens se interessem (ou não) pela leitura.

O livro tem quatro capítulos:

  1. Nascimento do Alquimista
  2. É Preciso Ler (o dogma)
  3. Dar a Ler
  4. O que leremos (ou os direitos inalienáveis do leitor)
É de fácil leitura pois todos os capítulos estão subdivididos, em média, por 15-20 partes que ocupam entre 2 a 8 páginas cada uma. É, também, de fácil compreensão. A linguagem é muito acessível. Os exemplos escolhidos são amostras representativas da realidade, o que torna este livro ainda mais credível por parte do público.
O autor aborda esta temática - a preocupação de pais e professores pela falta de interesse e gosto que os jovens manifestam pela leitura - de uma forma leve, descontraída, divertida. Não pretende acusar nem culpar ninguém. Apenas "põe as cartas na mesa" e apresenta os factos, tira conclusões e sugere possíveis soluções. Os direitos inalienáveis do leitor são uma prova dessa leveza com que o assunto é abordado.
No entanto, a situação dos jovens gostarem menos de ler é preocupante e séria. A era das tecnologias tê-los-á "despertado" para o privilégio da visão e do som, fazendo-os esquecer do prazer de ler e de imaginar cada palavra lida.
A originalidade de "Como um Romance" está quando o autor condimenta esta temática com uma pitada de bom humor e ironia.
Pessoalmente, apreciei bastante este livro. Recomendo a sua leitura, nem que seja só para conhecer os direitos inalienáveis do leitor (capítulo 4), que os colocarei no blog para todos verem =)


P.S.: O autor, Daniel Pennac, não tem uma página web oficial. Assim, o link que coloquei está direccionado para a Wikipedia, mas esta encontra-se em inglês, já que não há nenhum artigo em português.





Pontuação do Livro
  • ❤ - Favorito

Ƹ̵̡Ӝ̵̨̄Ʒ