sábado, 13 de julho de 2013

"A Relíquia" de Eça de Queirós


Identificação do Livro 



Edições: Porto Editora
Nº. de págs.: 288
Ano de edição: 2012
Classificação: Romance

Sinopse: Romance saído em folhetins na Gazeta de Notícias, cuja epígrafe se tornou célebre - "Sobre a nudez forte da verdade, o manto diáfano da fantasia" - por sintetizar a aliança entre realismo e imaginação, naturalismo e fantástico, patente na obra. Da intriga central - a viagem de Teodorico à Terra Santa, de onde traz, não a relíquia que prometera à tia beata, mas sim, por lapso, a camisa de dormir de uma amante - sobressai o sonho ou a viagem no tempo do protagonista, que, acompanhado pelo seu erudito amigo, Dr. Topsius, assiste à pregação, julgamento e morte de Jesus. A obra, que exalta a figura humana de Cristo, como paradigma de amor e de bondade, foi considerada herética pelos setores mais conservadores, por questionar a divindade de Cristo.


Opinião Pessoal

Primeiramente confesso que perco a paciência ao ler e-books e canso-me mais. Prefiro, sem sombra de dúvidas, pegar num livro e ler. Sabe tão bem!

Quanto à "Relíquia" de Eça, que pertence ao mesmo estilo de "O Mandarim" - livro do mesmo autor e comentado neste blogue - gostei e recomendo a sua leitura.
Eça é um autor de finais do séc. XIX e tem presente nas suas obras fortes críticas sociais e extensas descrições das cenas e das personagens. Nunca é demais relembrar isto, até para precaver futuros leitores menos pacientes e fãs de acção da existência de cenas "mortas", isto é, paradas, que correspondem aos momentos descritivos.

Focando no tema principal - a hipocrisia - é impressionante ver até onde as pessoas são capazes para atingirem os seus fins. Mas não vale a pena eu tecer aqui longos argumentos sobre justiça e rectidão porque, na própria história, isso é feito no devido lugar. Assim, remeto para lá as minhas considerações.



PONTUAÇÃO DO LIVRO

  • ❤ - Favorito

Ƹ̵̡Ӝ̵̨̄Ʒ




Excertos

"(...) Sabe o que lhe vale, seu bife? É estarmos aqui ao pé do túmulo do Senhor, e eu não querer dar escândalos por causa da minha tia. Mas se estivéssemos em Lisboa, fora de portas, num sítio que eu cá sei, comia-lhe os fígados! Nem você sabe do que se livrou. Vá com esta, comia-lhe os fígados!
E muito digno, coxeando, voltei ao quarto, a fazer pacientes fricções de arnica. Assim eu passei a minha primeira noite em Sião".


"(...) E de entre a nuvem de gaze surgiu um carão cor de gesso, escaveirado e narigudo, com um olho vesgo, e dentes podres que negrejavam no langor néscio do sorriso... Potte pulou do divã, injuriando Fatmé: ela gritava por Alá, batendo nos seios, que soavam molemente como odres mal cheios".



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