domingo, 17 de janeiro de 2016

"O Amante Japonês", de Isabel Allende


Identificação do Livro

Autor: Isabel Allende
Título Original: El Amante Japonés
Edições: Porto Editora
Nº de Págs.: 336
Ano de Edição: 2015
Classificação: Romance

Sinopse: Em 1939, quando a Polónia capitula sob o jugo dos nazis, os pais da jovem Alma Belasco enviam-na para casa dos tios, uma opulenta mansão em São Francisco. Aí, Alma conhece Ichimei Fukuda, o filho do jardineiro japonês da casa. Entre os dois brota um romance ingénuo, mas os jovens amantes são forçados a separar-se quando, na sequência do ataque a Pearl Harbor, Ichimei e a família - como milhares de outros nipo-americanos - são declarados inimigos e enviados para campos de internamento. Alma e Ichimei voltarão a encontrar-se ao longo dos anos, mas o seu amor permanece condenado aos olhos do mundo. 
Décadas mais tarde, Alma prepara-se para se despedir de uma vida emocionante. Instala-se na Lark House, um excêntrico lar de idosos, onde conhece Irina Bazili, uma jovem funcionária com um passado igualmente turbulento. Irina torna-se amiga do neto de Alma, Seth, e juntos irão descobrir a verdade sobre uma paixão extraordinária que perdurou por quase setenta anos. 
Em O amante japonês, Isabel Allende regressa ao estilo que tanto entusiasma o seu público, relatando de forma soberba uma história de amor que sobrevive às rugas do tempo e atravessa gerações e continentes.



Opinião Pessoal

É o primeiro livro que leio desta autora, foi-me oferecido como prenda de Natal. No entanto, eu já tinha ouvido falar muito dela, é uma escritora conceituada, com o seu lugar bem marcado, muito apreciada pelo público. Mas, como é autora de best-sellers, hesitei. Não sei porquê, comecei a ganhar uma certa aversão a autores best-sellers, dá-me ideia que escrevem por escrever, nem têm tempo de sentir o que escrevem para cumprirem os prazos da editora, daí tornar-se uma narrativa vazia de
conteúdo. Só que eu até gostei do livro, primeiro, porque fala dos tempos da Segunda Guerra Mundial nos Estados Unidos da América, uma perspetiva que enriquece sempre; segundo, porque a personagem principal é riquíssima nas suas vivências, e por último, porque mostra um modelo de lar para a terceira idade fantástico.

Ora, com respeito à Guerra propriamente dita, fiquei a saber que, quando o Japão se envolveu em confrontos com os EUA, todos os japoneses que viviam nos EUA foram constituídos suspeitos de traição, e levados para campos de concentração, em modo semelhante ao que se passou na Europa, mesmo aqueles japoneses que tinham dupla nacionalidade e os seus filhos que eram norte-americanos de gema, apesar da fisionomia oriental. É um facto que me choca! Os campos de concentração são lugares terríveis, onde não há liberdade, dignidade nem tempo. Acho que foi uma medida desmesurada e desproporcional. Só mostra o quão racistas e xenófebos o povo norte americano por ser, que não é capaz de lidar com as diferenças étnicas, originando crises de revolta civil, como aconteceu nos anos 50/60 com o povo negro.

Em relação à personagem principal, Alma Belasco, é uma anciã cheia de experiências e sentimentos, sobretudo porque viveu nos tempos da Guerra e só isso muda uma pessoa. Tal como todos os baús, guarda segredos. Se bem que na sinopse da capa o enredo é desmistificado (a meu ver, falha da editora), mas o conteúdo do livro consegue ainda surpreender o leitor em alguns momentos.

Falta-me então referir o tal modelo de lar para a terceira idade que achei maravilhoso e que deveria ser implementado aqui no país, de certeza que teria sucesso. Conhecer e respeitar o outro são as chaves fundamentais para que a estadia dos utentes seja benéfica, para além de uma boa equipa de auxiliares (pessoas competentes, humildes, e respeitadoras do espaço próprio de cada utente). A velhice é uma fase da vida que é estudada e respeitada - isto é lindo!


PONTUAÇÃO DO LIVRO

  • ✰✰✰✰ - Bom





Desafio




Sugestões




(◕‿◕✿)