domingo, 12 de setembro de 2010

"A Febre das Bruxas" de Leif Esper Andersen

Identificação do Livro


Autor: Leif Esper Andersen
Título Original: Heksefeber
Edições: Círculo de Leitores
Nº. de págs.: 110
Ano de edição: 1981
Classificação: Literatura Juvenil


Sinopse: Esben, um jovem de 15 ou 16 anos, é confrontado com a morte de sua mãe e decide fugir. Encontra Hans, um Grande Sábio, que o protege durante uns tempos, até o matarem também...
Sob o panorama do misticismo da Idade Medieval, Leif Esper Andersen, num relato histórico direccionado ao público mais jovem, tenta dar a conhecer os fenómenos de perseguição a mulheres e homens considerados "bruxos", fenómenos esses baseados em preconceitos e medos do desconhecido, tão típico da época medieval.



Opinião Pessoal


Leif Esper Andersen, foi um autor dinamarquês dos anos 60-70 de literatura infanto-juvenil. A temática presente em quase todos os seus livros é a perseguição: «Por que é que alguns são perseguidos?»
Precisamente nesta sua obra, «A Febre das Bruxas», o autor mostra perseguições a uma mulher e a um homem que tinham alguns conhecimentos de plantas curativas, de técnicas rudimentares para sarar feridas e endireitar ossos, etc, etc,... Essas duas pessoas não se auto-proclamavam feiticeiros nem bruxos, apenas se consideravam dotadas de algum Bem especial para ajudar os outros, os que sofriam de maleitas físicas.

Ora, relembrando o contexto histórico - Idade Média - e segundo o historiador Gustav Henningsen: «o medo da bruxaria é uma crença popular com base num sistema de ideias mágicas de certas pessoas que, se supõe, ameaçam destruir a sociedade por dentro. A maioria dessas pessoas são mulheres, mas há também homens. Considera-se que essas pessoas têm um poder natural inato, não adquirido por técnicas, mas herdado, ou obtido mediante pacto com demónios. Por isso, acreditava-se que o simples toque, olhar, de uma bruxa podia fazer mal à pessoa.  Isso provocava pânico na sociedade da época. (...) O fenómeno das bruxas é algo quase universal. (...) Entende-se que isso era fruto da falta de conhecimentos científicos que hoje temos e também por causa dos grandes sofrimentos do homem medieval (pestes, guerras, doenças, invasões bárbaras, saques). O misticismo acabava vendo no demónio quase o único culpado de todos os males. Daí o rigor para punir quem tivesse parte com ele. Assim, bruxos e bruxas se tornaram como que os “bodes expiatórios” para o povo desabafar os seus males.»
«A maioria do povo era supersticioso, a pureza do Evangelho ainda não havia dominado a cultura; e as pessoas  viam nos magos e bruxas seus maiores inimigos,  por isso praticavam inúmeras violências e mortes desses na fogueira.» _ Professor Felipe Aquino

Ainda sobre o livro,
o autor principal é Esben, o tal rapaz de 15 ou 16 anos.
Após a morte de sua mãe, após a convivência com Hans e travado conhecimento, pareceu ao nosso jovem ter encontrado a sua vocação: ajudar os outros, tal como sua mãe e Hans fizeram. Porque as suas condutas não eram pecaminosas aos olhos de Deus, mas aos olhos dos homens. E a justiça dos homens é mais cruel que a justiça de Deus.

«A grande massa das pessoas... elas nunca conceberam uma ideia. Mas adquiriram uma quantidade de preconceitos, e estão convencidos de que esses preconceitos são verdades» - in A Febre das Bruxas



PONTUAÇÃO DO LIVRO

  • ✰✰✰✰✰ - Muito Bom



Sugestões


Encontrei este artigo «A Bruxaria e a Feitiçaria no contexto da Inquisição», que é muito interessante!




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