segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Pentalogia "O Judeu de Varsóvia", de Juliette Benzoni



Identificação dos Livros


Livro 1 - "A Estrela Azul"


Autor: Juliette Benzoni
Edições: Bertrand
Nº de Págs.: 312
Ano edição: 1999

Colecção: O Judeu de Varsóvia
Classificação: Romance

Sinopse: Ao regressar do cativeiro, em 1918, no final da Primeira Grande Guerra, Aldo Morosini, um aristocrata da antiga nobreza veneziana descobre que a mãe foi assassinada e que do seu palácio que dá para o Grande Canal, desapareceu a Estrela Azul, uma jóia histórica que pertencera à sua família materna. Para evitar a profanação que seria para despojos da sua mãe a realização de uma autópsia, com o inevitável escândalo que não deixaria de ser utilizado pelos jornais, decide não prevenir a polícia e procurar ele próprio o assassino. Quatro anos mais tarde, Aldo Morosini, que se tornou antiquário, é convidado a encontrar-se com uma personagem assaz misteriosa: Simon Aronov, um conhecido comprador das salas de leilões europeias, embora nunca ninguém o tenha visto. É em Varsóvia, depois de um longo périplo pelas caves do gueto, que Aronov, coxo e zarolho, recebe Morosini. Judeu de grande espiritualidade, mostra ao visitante uma estranha peça de museu: O Peitoral do Supremo Sacerdote do Templo de Jerusalém, uma placa de ouro onde estavam encastoadas doze pedras preciosas, quatro das quais faltavam, roubadas e dispersas no decorrer dos séculos. Ora, segundo a tradição, Israel só reencontrará a Terra Prometida quando o Peitoral reconstituído para aí puder voltar. Uma das quatro pedras que falta lá é a safira roubada em Veneza...


Livro 2 - "A Rosa de Iorque"


Autor: Juliette Benzoni
Edições: Bertrand
Nº de Págs.: 312
Ano edição: 2000
Classificação: Romance

Sinopse: Quando o príncipe Aldo Morosini, especialista em pedras preciosas antigas, encontrou Simon Aronov, cognominado o Judeu de Varsóvia, não estava à espera da missão que esta misteriosa personagem lhe confiaria: encontrar as quatro pedras em falta no Peitoral do Supremo Sacerdote do Templo de Jerusalém, uma placa em ouro onde se encastoavam doze pedras preciosas. Ora, segundo a tradição, Israel só poderá reencontrar a sua terra ancestral quando o Peitoral lá tiver regressado na sua íntegra. Depois de ter descoberto a primeira das pedras, a Estrela Azul, o príncipe parte para Inglaterra, onde julga que se encontra a segunda, a Rosa de Iorque. Nesta demanda repleta de armadilhas, antes de chegar ao fim da sua procura, Aldo Morosini passará de surpresas a desencorajamentos, de alegrias a decepções, descobrindo que a alma feminina é ainda mais misteriosa e imprevisível do que as ruelas sórdidas das docas de Londres. Neste segundo volume da saga O Judeu de Varsóvia, Juliette Benzoni leva-nos à procura deste fabuloso diamante que é a Rosa de Iorque.



Livro 3 - "A Opala da Imperatriz Sissi"


Autor: Juliette Benzoni
Edições: Bertrand
Nº de Págs.: 304
Ano edição: 2000
Classificação: Romance

Sinopse: Depois de ter descoberto as duas primeiras dessas pedras, a Estrela Azul e a Rosa de Iorque, o príncipe parte para Viena onde Simon Aronov lhe marcou um encontro na Ópera para assistir a uma representação de"O Cavaleiro da Rosa". Ao levantar do pano, enquanto as luzes se apagavam, uma jovem mascarada introduz-se no camarote em frente. O Judeu chama a atenção do seu convidado para o facto de sobre o vestido, ela trazer consigo a Opala da Imperatriz Sissi - uma das pedras em falta no peitoral. Quem é aquela jovem, misteriosa, que se diz de nascimento real? É no seu encalço que o príncipe-antiquário se irá lançar, percorrendo o interior de uma das mais belas regiões austríacas.


Livro 4 - "O Rubi de Joana, a Louca"


Autor: Juliette Benzoni
Edições: Bertrand
Nº de Págs.: 316
Ano edição: 2001
Classificação: Romance

Sinopse: Depois de ter descoberto as três primeiras pedras, Morosini parte para Espanha, a convite do Rei Afonso XIII. É durante uma festa em Sevilha que, ao contemplar um retrato da Rainha Joana, a quem chamavam a Louca, o príncipe-antiquário repara na jóia que poderia ser aquela que procurava. De Sevilha a Praga, e passando por Zurique, ajudado pelo seu amigo Adalbert Vidal-Pellicorne, Morosini vai perseguir o rasto da pedra que é a mais malfadada e sanguinolenta de todas. Mas, durante o seu périplo, terá de enfrentar o perigo que representam Anielka, a mulher que lhe foi imposta, e a sua nefasta família.


Livro 5 - "As Esmeraldas do Profeta"


Autor: Juliette Benzoni
Edições: Bertrand
Nº de Págs.: 316
Ano edição: 2001
Classificação: Romance

Sinopse: Se Aldo Morosini - príncipe veneziano e perito internacional em jóias antigas - julga que as suas aventuras chegaram ao fim depois de ter entregue reconstituído o Peitoral do Supremo Sacerdote, engana-se redondamente... Certa noite, em Jerusalém, onde decorre a sua lua-de-mel com a jovem esposa Lisa, um adolescente traz-lhe uma carta endereçada por um dignitário da sinagoga que lhe solicita um breve e discreto encontro. É assim que no coração da antiga cidade de David trava conhecimento com Abner Goldberg, que o informa que o Grande Sacerdote do Templo trazia no pequeno saco de seda duas esmeraldas semelhantes, conhecidas pelos «sortilégios sagrados». A lenda conta que o próprio Jeová as teria entregue ao profeta Elias e que elas asseguram o poder da clarividência e da profecia. Goldberg deseja que Morosini se lance em busca dessas pedras desaparecidas desde o saque de Jerusalém. Morosini recusa, pois quer dedicar-se apenas à jovem esposa e aos seus próprios negócios. Goldberg deixa-o partir, mas quando Aldo chega ao hotel, Lisa desapareceu. Uma carta informa-o da chantagem: terá de descobrir as esmeraldas sem prevenir nenhuma autoridade, pois a vida de Lisa está em jogo. Abalado, só lhe resta aceitar a missão. A busca que empreende obriga-o a reconstituir a história das esmeraldas, que deixaram rastos sangrentos por toda a parte. De Jerusalém a Istambul, passando por Dijon, Praga, Roménia, Alemanha e Ticino, Morosini viajará de descoberta em descoberta, de surpresa em surpresa, no meio de perigos e das armadilhas mais imprevisíveis. 



*☆*¸.*♡*.¸¸.*☆*





Opinião Pessoal


Estas pedras preciosas simbolizam todas as jóias e tesouros amaldiçoados por não trazerem felicidade mas desgraça: a cobiça e a ganância do homem podem revelar-se fatais. O primeiro sinal que confirma esta afirmação é o momento em que o levita é morto pelo seu companheiro quando tentavam fugir do templo e salvar o Peitoral dos saqueadores (entenda-se, as tropas de Tito). Este "acto sacrílego" é o primeiro de muitos que aconteceram nos séculos posteriores, culminando no assassinato da mãe de Aldo, a princesa Isabel Morosini.
Desde há muito tempo atrás existe uma predição segundo a qual só o último dono da safira é que terá o poder de encontrar as outras jóias perdidas -> a escolha recai sobre Aldo... A safira tem a forma de estrela, ora de acordo com o simbolismo cristão, a estrela será uma espécie de guia, tal como a Estrela do Oriente que guiou os três Reis Magos ao Menino Jesus (embora este acontecimento não seja aceite pelos judeus, pois eles ainda estão à espera do Filho de Deus).
Pessoalmente, gosto bastante de romances-históricos. Interesso-me pela forma como as pessoas de outras épocas viviam, pelos costumes, tradições e valores vigentes, pelos problemas/obstáculos com que se deparavam, para os poder comparar com a época e a sociedade actual. Por isso, considero esta pentalogia fantástica, espectacular, cativante, formativa, com uma história que podia ter sido real.
Admiro a autora pelas personagens e a trama que criou. Mostra perfeitamente a mentalidade da alta nobreza aristocrata após a Segunda Guerra Mundial e em plena crise de valores, onde o papel da mulher estava a sofrer mutações - primeiras manifestações feministas a favor da igualdade de direitos vs emancipação da mulher moderna (fútil, materialista, como as personagens Dianora Vendramin e Anielka Solmanski).



PONTUAÇÃO DOs Livros

  • ❤ - Favoritos




Ƹ̵̡Ӝ̵̨̄Ʒ 









domingo, 8 de novembro de 2009

Quotes "A Terceira Condição"
















"A Terceira Condição", de Amos Oz


Identificação do Livro


Autor: Amos Oz
Título Original: Ha-Matsav Ha-Shelishi
Edições: ASA
Nº. de págs.: 320
Colecção: Vintage
Ano de edição: 2009
Classificação: Romance

Sinopse: Fima é um sonhador totalmente incapaz de agir sobre a sua própria vida. Este homem de meia-idade sofre por sentir que decepcionou o seu pai ao acomodar-se a um emprego como recepcionista de uma clínica ginecológica, e a sua ex-mulher, a quem permitiu abandonar o casamento sem opor qualquer resistência. Fima também se decepciona a si próprio diariamente. Fascinado pela carismática Annette, nada faz para se aproximar dela e mantém uma amizade estéril com Nina, para quem cada acto sexual dá azo a uma obsessiva espiral de limpeza pessoal e doméstica. Ele não consegue sequer matar uma barata sem que se sinta sufocar em reflexões sobre o povo judeu. Fima acabará, contudo, por ter o seu momento de redenção durante um passeio pelas ruas de Jerusalém, quando se pacifica por fim com o seu estatuto de judeu errante.

Um ponto de vista apaixonante sobre o conflito que opõe israelitas e palestinianos.



Opinião Pessoal


Um livro delicioso!



PONTUAÇÃO DO LIVRO

  • ✰✰✰✰✰ - Muito Bom




Sugestões

Este livro encontra-se à venda na Wook.
Leiam duas opiniões nestes sítios «Delírios e Devaneios» e «Estante de Livros».





sexta-feira, 30 de outubro de 2009

"Maio de 68", de Patrick Rotman

Identificação do Livro


Autor: Patrick Rotman
Edições: Guimarães Editores
Nº. de págs.: 135
Ano de edição: 2009
Classificação: Ciências Sociais e Humanas - Sociologia
Sinopse: Maio de 68: uma revolução? Uma crise de civilização? Que aconteceu afinal? De onde saiu? Que consequências teve na sociedade francesa? Este livro é uma espécie de narração analítica, que tem a ambição de descrever os «acontecimentos» e de os comentar ao mesmo tempo. Maio de 68 não foram dez semanas mas sim dez anos que mudaram a sociedade francesa. É o epicentro de um sismo social e cultural que começou em meados dos anos 60 e se prolongou até finais dos anos 70. É essa grande mudança que o livro avalia.


Opinião Pessoal

Comprei este livro como fonte de pesquisa para um trabalho da faculdade.
Aqueles que têm um desejo de saber o que aconteceu em determinados momentos da história, vão adorar este livro 






Pontuação do Livro
✰✰✰✰✰ - Muito Bom

Ƹ̵̡Ӝ̵̨̄Ʒ






domingo, 13 de setembro de 2009

Trilogia "As Cruzadas", de Jan Guillou

Identificação dos livros



Livro 1 - "O Caminho para Jerusalém"


Autor: Jan Guillou
Edições: Bertrand
N. de págs.: 368
Ano edição: 2004
Classificação: Ficção

Sinopse: A Bertrand edita o primeiro volume da trilogia "As Cruzadas", romance de grande êxito no qual se narra, no quadro grandioso das Cruzadas, a viagem de Arn Magnusson, cheia de situações repletas de feitos de coragem. Arn Magnusson nasce, em 1150, no seio de uma família da aristocracia sueca e passa a sua infância no mosteiro cisterciense de Varnhem. Quando atinge dezassete anos de idade, na véspera de se tornar monge ou guerreiro, Arn regressa a casa desconhecendo as coisas mundanas. Duas irmãs atravessam o seu caminho: Arn deixa-se seduzir por uma delas e apaixona-se profundamente pela outra. Ao amar duas irmãs, comete um pecado grave e é condenado a servir vinte anos como Cavaleiro Templário, partindo para a Terra Santa.






Livro 2 - "O Cavaleiro Templário"




Edições: Bertrand
N. de págs.: 396
Ano edição: 2005

Sinopse: O segundo volume da trilogia sobre as Cruzadas, O Cavaleiro Templário, é uma viagem ao coração do Médio Oriente, com a sua atmosfera e cores próprias, misturando romance e brutalidade da história medieval numa narrativa empolgante.



Livro 3 - "O Novo Reino"


Edições: Bertrand Brasil
N. de págs.: 518

Sinopse: O ano é 1192. Depois de vinte anos como templário, Arn Magnusson volta para sua casa, na província nórdica da Götaland Ocidental. Arn é um dos muitos milhares de derrotados nas batalhas que foram travadas na Terra Santa. Entretanto, ele leva consigo conhecimentos e imigrantes que darão início a um novo tempo para toda a Europa. E a partir de uma pequena província de camponeses, a Götaland Ocidental, será criado um novo reino, a Suécia. Mas Arn e sua amada Cecília se arriscarão a lançar o reino numa guerra caótica, tudo porque dão mais valor ao amor do que ao poder. O novo reino é o terceiro e último volume da inesquecível trilogia As Cruzadas.





PONTUAÇÃO DOs Livros

  • ❤ - Favoritos




Sugestões





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quarta-feira, 5 de agosto de 2009

"O Prenúncio das Águas", de Rosa Lobato de Faria



Identificação do Livro


Autor: Rosa Lobato de Faria
Edições: ASA
Nº de págs: 216
Colecção: ASA de Bolso
Classificação: ficção

SinopseTendo como pano de fundo uma aldeia condenada a ficar submersa pelas águas de uma barragem, cinco narradores falam de si, completando, à medida que o fazem, uma história a que só o leitor terá direito...


Críticas:

"São raros os escritores que, como a autora de O Prenúncio das Águas, detêm detêm uma extraordinária fluência discursiva aliada a uma poderosa imaginação criadora, "viciando" o leitor nos jogos da paixão, do ciúme e da vingança. Em fundo, um universo ficcional onde o fantástico e o real se entrelaçam. Como ponte entre ambos, a complexidade simbólica da água: fonte de vida, centro de amor, agente da morte. Canto do cisne de uma aldeia real e mítica, luz que brilhará para sempre no fundo das águas".
Teresa Martins Marques


"Dotada de uma esplendorosa imaginação gótica , Rosa Lobato de Faria evidencia, como poucos romancistas, o poder, típico dos grandes ficcionistas, de aprisionar com firmeza o leitor no interior do seu fascinante universo, "fechando-o", durante duas ou três horas, a qualquer contacto com o mundo "cá de fora". Um notabilíssimo talento".
Eugénio Lisboa

Opinião Pessoal


Não vou fazer a sinopse com medo de contar a história toda (risos). Porque se contasse a vida de cada personagem + os enredos e etc... O factor mistério, na altura em que lessem este livro, já não existiria. E seria uma enorme pena!
Referencio só os nomes dos 5 narradores: Filomena, Tia Sebastiana, Pedro, Prof. Ivo Durães e Ausenda.
Assim, resumo-me apenas à minha opinião e experiência da leitura. É de facto muito pouco para quem nunca leu este livro, mas o objectivo é "deixar a pulga atrás da orelha".

Começo então pela organização do livro.
Não há capítulos numerados. Há sim grandes espaços que permitem identificar a tal mudança de capítulo. E se calhar nem se chamam capítulos, mas partes. E em cada uma das partes (contei 36, com uma média de 4 páginas), uma narrador fala aleatoriamente.
Gostei desta forma de organização, parecida com "O Memorial do Convento" de José Saramago. Intui ao leitor maior fluidez do discurso, assim como a ligação das diferentes histórias narradas, que no final se complementam umas às outras. É uma boa táctica usada pela escritora.

Dica:
Escrevam em cada início de capítulo/parte o nome do narrador. É uma forma de não perderem o fio à meada.


Quanto à história...Foi muito bem pensada e elaborada. Com forte carácter verídico (factor que me interessa bastante), aliado a uma "poderosa imaginação criadora", como criticou Teresa Martins Marques, mais acima.
Todas as personagens me fascinaram. Desde a Filomena com a sua atitude jovem e irreverente, à Tia Sebastiana com o seu passado e as suas lendas, ao Pedro como criança feliz, à Ausenda mais a sua família e mistérios, e ao Prof. Ivo Durães pela sua cultura e virtudes.
Todos eles estão ligados primeiramente pelo facto de serem naturais e gostarem da aldeia Rio do Anjo, que está para sempre condenada ao afogamento e esquecimento....
É fantástico o enredo e as tramas que se descobrem. Porque provocam a reflexão sobre as tradições e a maneira de pensar das pessoas daquela terra e em vários momentos históricos. Aprendi coisas novas =)

Foi o primeiro livro que li da escritora Rosa Lobato de Faria e gostei. Pretendo ler mais obras suas.
Aconselho também que o façam. Afinal de contas, é uma grande e admirada escritora portuguesa. Há que apoiar a literatura nacional ;)



PONTUAÇÃO DO LIVRO

  • ❤ - Favorito



Ƹ̵̡Ӝ̵̨̄Ʒ









domingo, 26 de julho de 2009

"Os Paradoxos do Actor", de José Fernandes Fafe




 Identificação do Livro


Autor: José Fernandes Fafe
Edições: Editorial notícias
Nº de págs.: 176
Classificação: Romance

Sinopse: António José, a personagem principal. Funcionário público consciencioso, empenhado, metódico e homem prático quando é preciso, e na sua profissão, às vezes, é preciso. E também: anda à procura de um critério capaz de distinguir o estado de vigília do estado de sonho, vê o mundo, os outros e a si próprio, como teatro...
Bem, um esquizofrénico ou a caminho disso. Possivelmente não chegou lá porque entretanto teve um desastre de automóvel que o deixou em coma, onde assistiu ao «filme da sua vida», experiência que relatam muitos dos que regressam do coma à vida. Durante a convalescença no hospital, decide reformar-se. Completamente: não só passar à situação de reformado, como reformar a sua maneira de pensar, a sua personalidade.
Resultados? O melhor é ler o romance. Só adiantaremos que a história acaba bem. Acaba às gargalhadas. (Esperamos que o leitor não se lembre de Schopenhauer:«Quando uma história acaba bem, nunca perguntes - e depois?»)

Opinião Pessoal


A história parece mais bem explicada na contracapa do que no próprio livro. Confesso que não entendia algumas atitudes das personagens e o final foi, para mim, completamente inesperado e, de certa forma, um pouco absurdo. É um romance que necessita de uma leitura cuidada. Apesar dos capítulos estarem bem organizados de forma a não se perder o sentido da história, as intervenções do narrador podem baralhar o leitor. Não deixa de ser, contudo, interessante. O tema do psiquismo humano é o ponto forte.
Quando acabei de o ler, fiquei ligeiramente desapontada porque estava à espera de mais... Mas agora que penso nisso, estou feliz. Aconselho na mesma a sua leitura. Não é um daqueles "best-sellers" mundiais, mas também não é mau de todo. É verdade que fiquei a conhecer um quase esquizofrénico (risos) e como em todos os livros aprendi coisas novas.



Deve-se tentar sempre ler o maior número de histórias, esta é a minha deixa ;)


PONTUAÇÃO DO LIVRO

  • ✰✰✰ - Razoável




Sugestões


  • Infopedia - Podem encontrar uma breve biografia do autor.
  • Wook - Um dos sítios onde se pode adquirir o livro.


。◕‿◕。










domingo, 19 de julho de 2009

O direito de não acabar um livro



"O meu chapéu cinzento - Pequenas Geografias", de Olivier Rolin 

é uma tentativa falhada de leitura.

Comprei-o numa feira do livro que se fez na minha antiga escola por 2€. 

O livro pareceu-me interessante aquando lia a contracapa e decidi adquiri-lo.





Identificação do livro


Autor: Olivier Rolin
Editora: ASA
Colecção: Pequenos Prazeres
Nº de págs: 144
Sinopse: O Meu Chapéu Cinzento, de Olivier Rolin, transporta-nos, numa extraordinária viagem, da Alexandria de Cavafy e Durrell à Lisboa de Fernando Pessoa, à Atenas de Melina Mercouri, à Goa de Tabucchi, aos Açores de Antero e dos pescadores de baleias... 
Recusando embora a classificação de escritor de viagens, Rolin demonstra aqui, porém, a velha e frutuosa ligação que a viagem e a literatura estabeleceram desde que Homero fez Ulisses voltar a Ítaca...
A presente edição de O Meu Chapéu Cinzento - título inspirado num verso de Blaise Cendrars - reproduz nove das viagens da edição original francesa, seleccionadas pelo autor e pelo editor português. 
Como diz Olivier Rolin, a coerência que podemos esperar deste conjunto de relatos é a que resulta do facto de "em cada uma das escalas desta peregrinação nos termos esforçado por exigir alguma exactidão das palavras, de modo a que elas constituíssem como que os fragmentos de uma geografia, isto é, de uma escrita escrupulosa de terra".



Opinião Pessoal


A 1ª página até gostei, mas o autor começa a "viajar" muito com as palavras e eu disperso-me. Lia repetidamente alguns excertos para conseguir perceber a lógica do texto, mas perdi o entusiasmo. Penso que o autor usa de muita perífrase ao ponto de cansar o leitor.

Parei de ler na pág. 17, nem cheguei ao fim do 1º capítulo -> servi-me d' Os Direitos Inalienáveis do Leitor e agi em conformidade com o Terceiro Direito: o direito de não acabar um livro. 

Com certeza terei de concentrar-me mais neste livro e abstrair-me do que me rodeia se quiser alcançar a última pág. No entanto, se alguém já leu este livro todo, pode dizer-me o que achou? Bastaria um pequeno comentário. Obrigada.




◑﹏◐







domingo, 5 de julho de 2009

"Como um Romance", de Daniel Pennac


Identificação do Livro



Autor: Daniel Pennac
Edições: ASA
Colecção: Pequenos Prazeres
Nº de págs: 174
Classificação: Ensaio

SinopseÉ sobejamente conhecido o desgosto com que os pais preocupados com a formação dos filhos costumam registar a inapetência destes para a leitura. Daniel Pennac, romancista, professor e pai de família, descreve neste ensaio cheio de humor, todas as perplexidades que usualmente assaltam os diversos intervenientes neste processo de conflitos surdos, temores, bloqueios e teimosias. Acima de tudo, conforme se sublinha no presente livro, a leitura tem de ser um prazer e os leitores de hoje devem usufruir de alguns direitos inalienáveis.

«Como Um Romance» é assim uma obra profundamente original, onde, de uma forma ao mesmo tempo divertida e muito séria, se aborda aquela que é porventura a questão central de que dependem o destino do livro e da cultura tal como a temos entendido tradicionalmente.


Opinião Pessoal



O autor, através de exemplos do dia-a-dia e, principalmente, através da sua própria experiência de vida, expõe motivos que fazem com que os jovens se interessem (ou não) pela leitura.

O livro tem quatro capítulos:

  1. Nascimento do Alquimista
  2. É Preciso Ler (o dogma)
  3. Dar a Ler
  4. O que leremos (ou os direitos inalienáveis do leitor)
É de fácil leitura pois todos os capítulos estão subdivididos, em média, por 15-20 partes que ocupam entre 2 a 8 páginas cada uma. É, também, de fácil compreensão. A linguagem é muito acessível. Os exemplos escolhidos são amostras representativas da realidade, o que torna este livro ainda mais credível por parte do público.
O autor aborda esta temática - a preocupação de pais e professores pela falta de interesse e gosto que os jovens manifestam pela leitura - de uma forma leve, descontraída, divertida. Não pretende acusar nem culpar ninguém. Apenas "põe as cartas na mesa" e apresenta os factos, tira conclusões e sugere possíveis soluções. Os direitos inalienáveis do leitor são uma prova dessa leveza com que o assunto é abordado.
No entanto, a situação dos jovens gostarem menos de ler é preocupante e séria. A era das tecnologias tê-los-á "despertado" para o privilégio da visão e do som, fazendo-os esquecer do prazer de ler e de imaginar cada palavra lida.
A originalidade de "Como um Romance" está quando o autor condimenta esta temática com uma pitada de bom humor e ironia.
Pessoalmente, apreciei bastante este livro. Recomendo a sua leitura, nem que seja só para conhecer os direitos inalienáveis do leitor (capítulo 4), que os colocarei no blog para todos verem =)


P.S.: O autor, Daniel Pennac, não tem uma página web oficial. Assim, o link que coloquei está direccionado para a Wikipedia, mas esta encontra-se em inglês, já que não há nenhum artigo em português.





Pontuação do Livro
  • ❤ - Favorito

Ƹ̵̡Ӝ̵̨̄Ʒ





domingo, 14 de junho de 2009

"A Lua e Cinco Tostões", de Somerset Maugham



Identificação do Livro



Autor: Somerset Maugham
Edições: ASA
Colecção: Pequenos Prazeres
Nº págs.: 320
Classificação: Romance
Ilustração da Capa: Pormenor de um quadro de Paul Gauguin

Sinopse: Charles Strickland, corretor da Bolsa de Valores e típico homem de negócios, vive em Londres, é casado e pai de dois filhos. É ao mesmo tempo um homem atormentado por um voraz impulso artístico, ao qual cede por fim, trocando a sua vida convencional e privilegiada pela precaridade da vida de pintor em Paris e no Taiti. Mas, se por um lado, trair a família, o dever e a honra lhe dá a liberdade de que precisa para alcançar a excelência, por outro, essa decisão gera nele uma obsessão que virá a ter consequências terríveis.

Numa ode às forças poderosas e inontroláveis que existem por detrás da criação artística, a alma torturada e negligentemente cruel de Strickland simboliza aquilo que é, simultaneamente, a benção e a maldição do génio criativo.
Baseado na vida de Paul Gaugin, «A Lua e Cinco Tostões» é uma crítica mordaz da moral eduardiana e um retrato fulgurante da psicologia do génio. É esta pequena obra-prima de um grande escritor que a ASA se orgulha de relançar no mercado português, numa nova e qualificada tradução de Ana Maria Chaves.


“As pessoas dizem-me que é um bom título, mas que não sabem o que quer dizer.
Quer dizer isto: desejar a Lua e ignorar a moeda que está caída aos nossos pés.” 
Somerset Maugham, a propósito deste seu livro 

“Maugham foi o escritor moderno que mais me influenciou” 
George Orwell

Síntese do assunto (por capítulos)



Este livro retrata a genialidade de um pintor britânico proveniente da sociedade moderna dos finais do séc. XIX e inícios do séc. XX. Trata de questões como a Arte (ruptura com os cânones e primeiras vanguardas artísticas), a Humanidade (ambições, aspirações, "pecados e virtudes", situação sócio-económica e cultural), a Sociedade (convenções, regras, modas, status social), a Psicologia (os enredos da mente humana, a busca de explicações para comportamentos e/ou atitudes).

1 e 2 - O narrador autodiegético expõe os motivos pessoais que o levaram a escrever o livro.
3 - Brevíssima referência autobiográfica, apresentação do 1º plano do mundo dos escritores. Focagem de alguns aspectos da sociedade da época (fins séc. XIX - inícios séc. XX).
4 a 6 - Primeiro contacto com a familía de Charles Strickland, através de uma sua amiga escritora (Rose Waterford). Convívio com a família do futuro pintor, principalmente com Mrs.Strickland (pequena biografia). Descrição crítica da sociedade e apresentação do 2º plano do mundo dos escritores.
7 - Descrição da família de Strickland, incidindo nos seus 2 filhos.
8 e 9 - Charles Strickland abandona a mulher + filhos e vai para Paris. Nasce uma onda de boatos acerca deste episódio.
10 - Mrs. Strickland desabafa com o narrador e, apela a este para trazer o seu marido de volta.
11 a 13 - O narrador viaja para Paris à procura de Strickland. Encontro e conversa entre os dois. A partir daqui, descobre-se a personalidade controversa de Charles e assiste-se à 1ª tentativa do narrador para a compreender.
14 - Reflexões do narrador durante a viagem de regresso a Londres. Este viria sozinho, Strickland não o acompanhara e permanecera em Paris como era sua vontade.
15 a 17 - Mrs. Strickland é posta ao corrente dos intentos do seu marido, através do narrador, e faz-se à vida. Torna-se uma dactilógrafa de sucesso. Entretanto, o narrador sai da trivialidade de Londres e parte para Paris, passados 5 anos.
18 e 19 - Chegado a Paris contacta com o seu amigo Dirk Stroeve, pintor impressionista. Convive com este e a sua esposa, Blanche (descrição/caracterização e comentário pessoal sobre a personalidade de ambos, a sua relação conjugal e as obras de Stroeve). Episódio cómico em que Stroeve convida Strickland para ver os seus quadros.
20 e 21 - Encontro + jantar entre o narrador e Strickland (capítulos importantes).
22 - Estadia do narrador por Paris.
23 - Relação dos 3 artistas (Strickland + Stroeve + narrador) e descrição do casal Stroeve. (capítulo interessante)
24 - A época natalícia e a descoberta do "esconderijo" onde habitava Strickland.
25 - Pedido de Dirk a Blanche. (curioso o capítulo)
26 - Tratamento e recuperação de Strickland. O casal Stroeve cuidou dele durante 6 semanas.
27 e 28 - Revolução na casa de Stroeve: Strickland apodera-se do estúdio dele e expulsa-o de lá, Blanche apaixona-se por Strickland e quer deixar Stroeve! O pintor impressionista sai de casa e vai para a rua da amargura! 
29 a 32- Dirk apoia-se no seu amigo, o narrador. Este faz reflexões sobre toda a situação, desde a personalidade dos 3 intervenientes deste triângulo amoroso até às intenções de Strickland, que para ele continuavam incompreensíveis.
33 a 36 - Série de acontecimentos que envolve a separação de Strickland e Blanche + tentativa de suicídio e morte de Blanche.
37 a 39 - Funeral de Blanche. Dirk Stroeve vai para casa dos pais, na Holanda (seu país natal).
40 a 42 - Narrador e Strickland; diálogos, opiniões, último contacto entre os dois. (capítulo importante)
43 - Reflexão I do narrador.
44 - A opinião de Strickland quanto aos outros pintores.
45 - Taiti, o local onde o artista se encontrou. Aqui, o narrador aproveitou para saber + infos sobre Charles.
46 e 47 - Capitão Nichols (breve biografia) e o seu testemunho de ter conhecido o pintor e da vida que levaram juntos em Marselha.
48 - Reflexão II do narrador.
49 - Tiaré Johnson (breve biografia), amiga de Charles que o ajudou.
50 - Reflexão III do narrador.
51 e 52 - Casamento de Charles Strickland com Ata, parenta de Tiaré. Breve descrição da vida do casal.
53 e 54 - Capitão Brunot (breve biografia) e testemunho de ter conhecido o pintor.
55 e 56 - Dr. Coutras, o médico que cuidou da lepra de Strickland.
57 - Morte de Charles Strickland.
58 - Reencontro do narrador com Mrs. Strickland para a pôr a par dos anos de vida do seu marido.

Aspectos do texto que despertaram interesse



A personalidade de Charles Strickland + as reflexões do narrador, entre outros.

Opinião sobre o livro


Os primeiros dois capítulos são capazes de desinteressar os leitores menos atentos e perspicazes. Para se ler este livro é preciso disponibilidade e abertura. À medida que se vai percebendo melhor o enredo, a curiosidade aumenta. Poderão haver comportamentos/atitudes e pensamentos que "choquem" o leitor, mas não é nada de exagerado. O autor do livro escreve simplesmente a realidade tal como ela é. As temáticas abordadas são boas, muito boas. Os ambientes são simples e os diálogos ricos, tanto em significados e interpretações, como na própria linguagem (esta é acessível, mas tem palavras que eu desconhecia. Gostei de as conhecer :D ). As personagens foram bem construídas, conseguindo surpreender o leitor em quase todos os momentos.
Não me vou prolongar mais porque este post já está muito comprido. Apenas recomendo vivamente este livro a qualquer leitor que já tenha tido contacto com a Psicologia, História, Arte ou que goste muito de ler (risos).




PONTUAÇÃO DO LIVRO

  • ❤ - Favorito


Ƹ̵̡Ӝ̵̨̄Ʒ









domingo, 7 de junho de 2009

"O Outro Lado da Verdade", de Marcos Bessa


Identificação do Livro


Autor: Marcos Bessa
Editora: Papiro
Nº de págs: 330
Classificação: Romance

Capa:
Duas gerações,
duas paixões,
um destino

Sinopse1975Madalena, uma mulher ainda jovem e muito elegante, está casada com um homem que tem idade para ser seu pai. Cansada de uma vida de aparências, presa a um casamento que fora obrigada a aceitar por necessidade e gratidão, Madalena conhece pela primeira vez o amor ao lado de Francisco e entrega-se, mesmo temendo o pior. Apaixonam-se um pelo outro e desejam viver um amor que aos olhos de qualquer um era impossível dar certo.
2005Trinta anos mais tarde, pouco tempo depois de ter perdido o seu namorado num trágico acidente, Inês, filha de Francisco, volta a encontrar razões para sorrir num novo amor que surgiu subitamente. Quando aquele grande pesadelo da perda do namorado começa a desvanecer-se, dando lugar a uma nova vontade de ser feliz, Inês encontra o pai morto nas Caves Vilamar.
Uma série de acontecimentos sucedem-se ao longo de cerca de uma semana, grande parte deles interligados, e de certa forma desencadeados por algo que tinha acontecido trinta anos antes. tudo porque havia uma verdade escondida: o outro lado da verdade.


Opinião Pessoal



Este é um dos meus livros favoritos.
Foi escrito por um rapaz de 16 anos, Marcos Bessa, que encantou a todos com o seu romance.
A história aponta para duas épocas:

Em 1975, um ano após a queda da ditadura Salazarista, durante a instabilidade político-social e as perseguições aos simpatizantes do antigo regime. Francisco e Madalena, são os protagonistas de uma história de amor impossível, que começou num piscar de olhos muito intensamente e acabou como o fogo-fátuo. Controlados pelas convenções e separados por um ódio oculto, viveram sem saber da existência do outro.
E em 2005, trinta anos mais tarde, Inês e João, numa altura bem diferente, sofrem as consequências dessa separação e é desvendado o outro lado da verdade.

O livro afecta o leitor da primeira à última página. Logo no primeiro capítulo expõe a situação de Madalena que "prende" a atenção, pois fica-se com a pulga atrás da orelha para saber as razões daquela realidade e, por isso, só se consegue saciar a sedequando for lida a última página.
É cativante, muito interessante, repleto de emoções fortes e sentimentos duradouros e, em algumas partes é chocante por ser inesperado.Repito, foi escrito por um rapaz de 16 anos. É de louvar toda a trama construída, todas as personagens criadas, todo o cenário. 

Sem acrescentar mais nada, termino com um excerto do prefácio, escrito por Sara Bessa, sua prima:
"(...) Na verdade, O Outro Lado da Verdade é este, um livro que apresenta uma linguagem simples e acessível, desenvolvida num estilo claro, com diálogos bem pensados e estruturados. Que mais dizer sobre este romance? Que mais dizer sobre o seu autor? Este livro fala por si. A mim resta-me apenas agradecer-lhe a honra de prefaciar a sua primeira obra".




PONTUAÇÃO DO LIVRO

  • ❤ - Favorito



Sugestões

  • Vejam aqui mais infos relativas ao livro.
  • Podem ler a versão online em português aqui.
  • "Vintoito" é o nome do novo site do autor Marcos Bessa.





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