Identificação do Livro
Autor: Yasmina Reza
Título Original: "Une désolation"
Edições: ASA
Nº de Págs.: 96
Colecção: Pequenos Prazeres
Ano de Edição: 2001
Classificação:
Sinopse: Um pai, no fim da sua vida, dirige-se ao filho para expressar-lhe toda a sua "desolação". Esse monólogo exprime o seu rancor contra todos - familiares, amigos, pessoas com quem se cruza na rua - mas muito particularmente contra o filho. Um filho que se converteu a uma época de conformismo brando, na qual imperam as aparências e a superficialidade. Um filho que escolheu ser um "adaptado" e cuja única ambição é ser feliz. Feliz. Uma palavra "asquerosa", inconveniente: "Teria preferido um filho criminoso ou terrorista do que um militante da felicidade".
Obra tonificante, construída com a energia do desespero. «Uma Desolação» é como que uma poderosa bofetada na cara de uma época - a nossa - que coloca os bons sentimentos à frente dos grandes carácteres. Um romance cáustico que, como escreveu a revista francesa Lire: "repousa sobre a convicção de que um homem alegre (quer dizer, trágico) é superior a um homem (estupidamente) feliz".
À priori, o leitor poderá não gostar de "ouvir" Samuel, pois parecerá antiquado, resmungão, chato e velho. Mas, por favor, atentem nas suas palavras. Este monólogo é delicioso! Quem ler, vai reconhecer-se em muitas partes, ou reconhecer alguém.
Nesta obra está presente a dicotomia alegria vs felicidade:
Relembro que a obra pretende atacar, através da voz desolada e inconformada de Samuel, «a época de conformismo brando, na qual imperam as aparências e as superficialidades».
Ao longo de todo o livro vemos Samuel a atacar uma sociedade com a qual não se conforma, e a dar exemplos para tentarmos perceber o seu ponto de vista.
Opinião Pessoal
Samuel é um homem "desolado" com o que o rodeia, é um homem que não concorda nem aceita as mudanças no mundo... em tempos foi respeitado pela família e amigos, nunca contestado; mas agora ninguém lhe dava ouvidos, todos achavam que Samuel tinha parado no tempo, e isso desgostava-o. Senhor da razão e dos bons valores, Samuel opinava os comportamentos e as acções de todos, sendo que quase todos lhe viraram as costas por considerarem-no "fora de moda" e "antiquado".... Só lhe restava a filha, o genro, o neto, a atual companheira... e o filho que andava a viajar pelo mundo. Será para esse mesmo filho "perdido" que este pai se vai abrir, num género de desabafo e confissão, algo dito apenas no fim da vida quando não se espera nada.À priori, o leitor poderá não gostar de "ouvir" Samuel, pois parecerá antiquado, resmungão, chato e velho. Mas, por favor, atentem nas suas palavras. Este monólogo é delicioso! Quem ler, vai reconhecer-se em muitas partes, ou reconhecer alguém.
Nesta obra está presente a dicotomia alegria vs felicidade:
- Alegria = Manifestação de contentamento; prazer; júbilo; satisfação.
Alegre é aquele que sente ou causa alegria; contente; agradável.
- Felicidade = Estado de quem é feliz; ventura; boa fortuna; sorte; bom êxito.
Feliz é aquele que goza de felicidade; afortunado; próspero; ditoso; que teve bom êxito; bem executado; bem imaginado; venturoso; satisfeito; pessoa feliz.Esta distinção leva-me a crer que Samuel já foi feliz, mas com o passar dos anos esse estado de espírito foi sendo substituído por momentos de alegria. E agora ele não entende como é que o filho pode ser feliz... daí perguntar-lhe constantemente isso.
Relembro que a obra pretende atacar, através da voz desolada e inconformada de Samuel, «a época de conformismo brando, na qual imperam as aparências e as superficialidades».
Ao longo de todo o livro vemos Samuel a atacar uma sociedade com a qual não se conforma, e a dar exemplos para tentarmos perceber o seu ponto de vista.
Sem comentários:
Enviar um comentário