domingo, 18 de outubro de 2015

Quotes "Detenham essa Mulher"















"Detenham essa Mulher", de David Goodis

Identificação do Livro


Autor: David Goodis
Título Original: "Behold this woman"
Edições: Círculo de Leitores
Nº. de págs.: 240
Ano de edição: 1988
Classificação: Ficção

Sinopse: Debaixo de um aspeto inocente e alegre, escondia-se um verdadeiro demónio. Clara era uma mulher inteligente, ambiciosa, com um passado nebuloso que não a impedia de exigir cada vez mais: o crime, por exemplo...




Opinião Pessoal

Este livro pertence ao tipo literário "noir fiction", onde o protagonista tem qualidades auto-destrutivas e pode ser uma vítima, um suspeito ou um criminoso. Esse protagonista lida com questões legais e políticas, está a par dos seus meandros, não sendo a justiça e a política menos corruptas que o protagonista; assim como é vitimizado ou faz-se de vítima ou vitimiza diariamente outras pessoas.

No nosso livro, a protagonista é a Clara, uma femme fatale que arruína a vida dos seus amantes e magnetiza todas as pessoas ao seu redor. É má de natureza. É uma pessoa de sangue-frio, calculista, esteticamente atraente (apesar de ser gorda), completamente materialista, vaidosa, narcisista, sem escrúpulos para atingir os seus objetivos, mas um pouco supersticiosa.
Clara entra numa família fragilizada e, ao longo de três anos, vai conseguindo "sugar" toda a energia positiva daquela casa e moldando-os ao seu gosto. A presença negativa desta mulher na vida de qualquer pessoa produz efeitos catastróficos.

Sim, na realidade, há pessoas com esse génio do mal. Daí existirem os grandes problemas nas famílias, nas empresas, na sociedade em geral. Há uma série de "ovelhas negras", "sementes podres", que teimam em infestar e contaminar todo o mundo...

É muito difícil eliminar o Mal. Mas o Bem consegue.
E neste livro vê-se essa luta. 

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Uma outra questão tratada aqui no livro é o Amor.
O amor entre um pai e uma filha.
O amor de um marido para com a mulher falecida.
O amor entre dois corações jovens.

Sendo o amor a "arma" para resolver todo o mal.

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Um pequeno apontamento:
Os homens, quando amam realmente uma mulher, ficam perdidos/doidos quando essa mesma mulher os magoa/ofende/trai ou fica chateada. Embora não admitam todos, a verdade é que dependem dessa mulher, desse amor, para viverem bem. 


PONTUAÇÃO DO LIVRO

  • ✰✰✰✰✰ - Muito Bom



Sugestões




domingo, 7 de junho de 2015

"Uma Desolação", de Yasmina Reza

Identificação do Livro


Autor: Yasmina Reza
Título Original: "Une désolation"
Edições: ASA
Nº de Págs.: 96
Colecção: Pequenos Prazeres
Ano de Edição: 2001
Classificação:


Sinopse: Um pai, no fim da sua vida, dirige-se ao filho para expressar-lhe toda a sua "desolação". Esse monólogo exprime o seu rancor contra todos - familiares, amigos, pessoas com quem se cruza na rua - mas muito particularmente contra o filho. Um filho que se converteu a uma época de conformismo brando, na qual imperam as aparências e a superficialidade. Um filho que escolheu ser um "adaptado" e cuja única ambição é ser feliz. Feliz. Uma palavra "asquerosa", inconveniente: "Teria preferido um filho criminoso ou terrorista do que um militante da felicidade".
Obra tonificante, construída com a energia do desespero. «Uma Desolação» é como que uma poderosa bofetada na cara de uma época - a nossa - que coloca os bons sentimentos à frente dos grandes carácteres. Um romance cáustico que, como escreveu a revista francesa Lire: "repousa sobre a convicção de que um homem alegre (quer dizer, trágico) é superior a um homem (estupidamente) feliz".



Opinião Pessoal

Samuel é um homem "desolado" com o que o rodeia, é um homem que não concorda nem aceita as mudanças no mundo... em tempos foi respeitado pela família e amigos, nunca contestado; mas agora ninguém lhe dava ouvidos, todos achavam que Samuel tinha parado no tempo, e isso desgostava-o. Senhor da razão e dos bons valores, Samuel opinava os comportamentos e as acções de todos, sendo que quase todos lhe viraram as costas  por considerarem-no "fora de moda" e "antiquado".... Só lhe restava a filha, o genro, o neto, a atual companheira... e o filho que andava a viajar pelo mundo. Será para esse mesmo filho "perdido" que este pai se vai abrir, num género de desabafo e confissão, algo dito apenas no fim da vida quando não se espera nada.

À priori, o leitor poderá não gostar de "ouvir" Samuel, pois parecerá antiquado, resmungão, chato e velho. Mas, por favor, atentem nas suas palavras. Este monólogo é delicioso! Quem ler, vai reconhecer-se em muitas partes, ou reconhecer alguém.

Nesta obra está presente a dicotomia alegria vs felicidade:

  1. Alegria = Manifestação de contentamento; prazer; júbilo; satisfação.
Alegre é aquele que sente ou causa alegria; contente; agradável.
  1. Felicidade = Estado de quem é feliz; ventura; boa fortuna; sorte; bom êxito.

Feliz é aquele que goza de felicidade; afortunado; próspero; ditoso; que teve bom êxito; bem executado; bem imaginado; venturoso; satisfeito; pessoa feliz.
Esta distinção leva-me a crer que Samuel já foi feliz, mas com o passar dos anos esse estado de espírito foi sendo substituído por momentos de alegria. E agora ele não entende como é que o filho pode ser feliz... daí perguntar-lhe constantemente isso.


Relembro que a obra pretende atacar, através da voz desolada e inconformada de Samuel, «a época de conformismo brando, na qual imperam as aparências e as superficialidades».
Ao longo de todo o livro vemos Samuel a atacar uma sociedade com a qual não se conforma, e a dar exemplos para tentarmos perceber o seu ponto de vista.


PONTUAÇÃO DO LIVRO

  • ✰✰✰✰✰ - Muito Bom



Sugestões

Encontrei duas boas opiniões para consultarem: TSF e Blogue «Dose Antimonotonia».
Sobre a autora Yasmina Reza há informação na Wook e também na Wikipedia [eng].





⊱✿◕‿◕✿⊰




Quotes "Uma Desolação"



















domingo, 8 de março de 2015

"A Honra Perdida de Katharina Blum", de Heinrich Böll

Identificação do Livro


Autor: Heinrich Böll
Título Original: Die verlorene Ehre der Katharina Blum
Edições: Abril/Controljornal
Nº. de págs.: 95
Colecção: Colecção Novis - Biblioteca Visão
Ano de edição: 2000
Classificação: Romance


Sinopse: Heinrich Böll foi um dos escritores alemães mais importantes do período que se seguiu à Segunda Guerra Mundial. A sua obra, orientada por uma perspectiva moral que se ergue contra a sociedade materialista, oscila entre a esperança e o absurdo da acção humana. Com "A Honra Perdida de Katharina Blum", o autor aborda o problema do terrorismo, do conservadorismo agressivo e da imprensa sensacionalista, que envolvem a protagonista numa teia de falsas acusações; arruinada a sua reputação, resta-lhe recuperar a honra perdida. Uma obra-prima controversa deste romancista que foi galardoado com o Prémio Nobel da Literatura em 1972. 




Opinião Pessoal

Este romance foi escrito em 1974, e retrata essa mesma época dos anos 70 na Alemanha Ocidental.
Faz-se uma crítica mordaz à imprensa sensacionalista, aos repórteres e jornalistas sem escrúpulos que são capazes de distorcer totalmente a verdade, em nome da liberdade de imprensa, não respeitando a vida íntima e privada das pessoas comuns.
Critica-se as elites, aquelas pessoas que pertencem a uma classe invisível superior à própria sociedade, que não são julgados pelos seus actos e conseguem ilibar-se facilmente dispensando "uns dinheiros".
Critica-se a "má sorte" e a "onda de desgraças" que afetam as pessoas comuns e da classe média, devido à influência de gente sem valores que pretendem descrutinar em praça pública e destruir as suas vidas honradas e modestas...

Após isto, após ter perdido a sua honra, Katharina Blum, como tantas outras mulheres e homens que se sentiram injustiçados, faz o que acha correto para descansar a sua consciência.

Julgar estas pessoas, pelos seus actos, em estado de desespero, é muito difícil.
Porque, se nos colocarmos no seu lugar, compreendemos num instante os motivos que as levaram a agir de tal maneira.



PONTUAÇÃO DO LIVRO

  • ❤ - Favorito




Sugestões

O autor foi Nobel da Literatura em 1972, como podem consultar aqui no site oficial «NobelPrize.org». Há um site dedicado à sua vida e obra aqui. Foi criada, em 1986, a Fundação Heinrich Böll, pelo Partido dos Verdes alemão, entrem aqui no site e vejam o plano de acção. Essa mesma fundação também tem uma filial no Brasil, como podem consultar nesta página do Facebook.
Na wikipedia    existem igualmente informações sobre o autor.

Em relação ao livro «A Honra Perdida de Katharina Blum», encontra-se à venda na Wook e para troca na Winkingbooks.

Em 1975, fez-se uma adaptação para o cinema, ver página IMDB - Internet Movie DataBase.




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Quotes "A Honra Perdida de Katharina Blum"













domingo, 15 de fevereiro de 2015

"Os Fidalgos da Casa Mourisca", de Júlio Dinis

Identificação do Livro 


Autor: Júlio Dinis

Edições: Figueirinhas
Nº. de págs.: 400
Ano de edição: 1969
Classificação: Romance


Sinopse: Publicado no ano da morte do autor, este romance foca o progresso da burguesia e a consequente decadência da nobreza. As personagens são, em geral, vagas, sem definição psicológica, servindo principalmente como elemento estrutural do conteúdo.
A sequência temporal é evidente e marcada pelas várias circunstâncias que vão constituindo a ação, com as personagens perfeitamente integradas, desempenhando as suas várias funções e dando-nos a conhecer os seus pensamentos.  




Opinião Pessoal



PONTUAÇÃO DO LIVRO

  • ❤ - Favorito




Sugestões



Há muita informação na internet!
Consultem, por favor, o site Luso-Livros e a Infopedia, para começar.
Depois atentem à peça de teatro adaptada por Alice Ogando e realizada por Pedro Martins, em 1963. Podem vê-la aqui no Youtube de forma completa.
Só se conhece duas adaptações cinematográficas, a primeira em 1921 e a segunda em 1938.
Consultar a opinião no blogue «Tempo de Ler».

Podem ler a versão digital do livro aqui. 



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domingo, 18 de janeiro de 2015

"Quartéis de Inverno", por Osvaldo Soriano

Identificação do Livro


Autor: Osvaldo Soriano
Título Original: Cuarteles de Invierno
Edições: ASA
Nº. de págs.: 160
Colecção: Letras do Mundo
Ano de edição: 1994
Classificação: Romance

Sinopse: "Humor negro, acção vertiginosa, diálogos breves e fulgurantes, um estilo rápido e seco como o de um Hemingway heróico-cómico, fazem deste romance uma leitura apaixonante", escreveu Italo Calvino a propósito de um outro livro do autor. As mesmas palavras poderiam aplicar-se a «Quartéis de Inverno», a obra mais importante de Osvaldo Soriano.
Quando, em plena ditadura militar, o exército argentino promove uma festa grandiosa para celebrar o novo status quo, as figuras inesquecíveis de um boxer e de um cantor de tangos emergem, como símbolos universais de um combate tremendo pela sobrevivência e pela dignidade.
Diferente da maior parte dos autores latino-americanos, Soriano escreve como uma testemunha de um período negro da história do seu país, sem no entanto jamais cair no habitual "folclore" da literatura comprometida e panfletária. Daí que «Quartéis de Inverno» nos transmita de um modo excepcional a crueldade que a violência possui quando se torna quotidiana e inexplicável. Em duas palavras: uma obra-prima.



Opinião Pessoal


De leitura fácil, vocabulário acessível, personagens que retratam pessoas simples, histórias pigmentadas de realismo, foco nos problemas sociais, cenários de violência quotidiana... São estes os traços gerais da obra publicada em 1982 pelo argentino Osvaldo Soriano. O autor tem como característica escrever histórias sobre o dia-a-dia das pessoas comuns, o que não é apreciado por uma grande parte dos leitores e críticos, De resto, Soriano, graças à sua experiência pessoal, transpõe para o papel situações baseadas nos conflitos existentes no seu país natal, assim como das problemáticas globais decorrentes do Braço de Ferro entre o Socialismo Soviético e as Democracias Ocidentais (mais concretamente os EUA); afirma-se pois, desta forma, o alto nível literário que as obras do argentino revestem.

Especificamente esta obra «Quartéis de Inverno», mostra como as ditaduras militares influenciam negativamente as populações, afrouxam a cultura e a educação, menosprezam o valor de cada indivíduo... atrás de slogans e campanhas publicitárias do género: «Povo e Forças Armadas unidos no Destino Comum de Paz e Grandeza».

Cá em Portugal viveu-se um período como esse, apelidado de Estado Novo, entre 1933 e 1974.

Os personagens principais de «Quartéis de Inverno»:
    Galván, o cantor
              +
    Rocha, o pugilista
Tornam-se amigos, camaradas, durante a estadia na povoação de Colonia Vela onde reina a "paz militar".



PONTUAÇÃO DO Livro

  • ✰✰✰✰✰ - Muito Bom


Sugestões


Com base neste livro, Peter Lilienthal produziu um filme em 1984, rodado em Cuba, com o nome «Das Autogramm»
Na wikipedia podem encontrar-se mais informações sobre o autor.



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