Autor: Henrique Nicolau
Edições: Caminho
Nº. de págs.: 194
Colecção: Caminho de Bolso Policial
Ano de edição: 1990
Classificação: Policial
Sinopse: Mais do que um escritor policial (o que já seria bastante, de resto) Henrique Nicolau é uma presença cada vez mais saliente na literatura portuguesa. Como bem o prova este «Uma Vida em Beleza». Sem descurar, antes pelo contrário, a trama e a atmosfera a que cabe a designação de «policial», Henrique Nicolau dá-nos, na sua linguagem inconfundível, a história de um tempo histórico português num livro ambicioso e inovador.
É escusado lembrar que Henrique Nicolau começou por ganhar o prémio Caminho de Literatura Policial em 1985 com «O Trabalho é Sagrado», a que se seguiram «Alcança quem Não Cansa», «A Arca do Crime» e «O Assombrado». E que conquistou um público fiel. Merecidamente. Público que certamente acorrerá a esta «vida em beleza».
Opinião Pessoal
Em primeiro lugar, estou pasmada com a falta de informação na internet acerca do autor e do próprio livro! Como é que é possível? Um autor português onde só constam obras suas em sites de venda ou revenda de livros. Não consigo compreender...
Em segundo lugar, a narrativa passa-se no tempo da ditadura salazarista. É incrível como encontramos tantas semelhanças com os dias de hoje: corrupção, ganância e poder. E sim, tudo o que está descrito no livro aconteceu e ainda continua a acontecer... todos os factos, todas as cenas, todas as mediocridades, todas as façanhas e jogos de poder, todas as lutas, todas as injustiças...
O papel da mulher na sociedade é demonstrado em várias personagens, mas resume-se a isto:
- há as mulheres fracas de condição social que se sujeitam às regras dos mais poderosos e aprendem a movimentar-se em meios ocultos para poderem sobreviver;
- há as nascidas em berço de ouro, pertencentes a famílias ricas e influentes;
- há as idealistas, lutadoras pela justiça e igualdade de direitos, que com muitos ou poucos meios conseguem marcar a diferença.
É deveras um livro que poderia perfeitamente ser adaptado para o cinema ou televisão. Apostar mais na produção nacional seria um bom caminho, infelizmente nunca há verbas...
Aconselho a sua leitura. A linguagem é bastante directa e compreensível, recorrendo às vezes ao calão rude. Este livro é como um pano que cai e desvenda a poudridão das mais altas classes mas, principalmente, desvenda a poudridão do próprio homem...
PONTUAÇÃO DO LIVRO
Ƹ̵̡Ӝ̵̨̄Ʒ
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