Identificação do Livro
Autor: Kakuzo Okakura
Nº. de págs.: 96
Ano de edição: 2007
Classificação: Ensaio
Sinopse: A Filosofia do Chá não é mero esteticismo na acepção vulgar do termo, porque exprime, conjuntamente com a ética e a religião, todo o nosso ponto de vista a respeito do homem e da natureza. É higiene, porque impõe limpeza; é economia, porque revela o conforto que existe na simplicidade, mais do que no que é elaborado e caro; é geometria moral na medida em que define o nosso sentido de proporção face ao universo. Representa o verdadeiro espírito da democracia oriental ao fazer de todos os seus partidários aristocratas no gosto.
Opinião Pessoal
Não tenho por hábito consumir literatura de autores japoneses. Contudo, este livro encontrava-se na Wooklet da Wook e decidi escolher uma pequena lista de livros para encomendar onde este se incluia.
Apesar do seu tom ser um tanto filosófico - a filosofia do chá, a filosofia da arte de viver - não me decepcionou e obrigou-me a fazer uma certa ginástica mental (o que é sempre bom!) para compreender os ideais apresentados. Lê-se numa manhã ou numa tarde, o livro é pequeno; mas para quem se deixa entrar no "vazio" do livro ou, para quem deixa o livro entrar em si - Taoísmo e Zenismo - num espaço de 2 horas consegue ler tudo.
O autor refere ainda as diferenças entre o Ocidente e o Oriente, e os problemas daí derivados, em várias áreas como a pintura, a arquitectura, o estilo de vida e até a forma como se valorizam as flores. Os contrastes são imensos, no entanto, já na sua época (1906) era criticável a cultura das massas - a massificação, plastificação do pensamento individual em prol da sociedade. Não esquecer que nos inícios do séc. XX surgiram na Europa e América várias correntes artísticas contra esse tipo de pensamento imposto, são exemplos o cubismo e o expressionismo.
Pondo essas questões de lado, o foco incide sobre o chá propriamente dito e todo um modo de vida simples e pacífico personalizado, isto é, com um toque pessoal, onde cada um podia deixar uma marca sua numa flor escolhida para a ocasião ou numa pintura... Okakura explicita bastante bem a finalidade, o objectivo do chá e a dinâmica por trás dele.
Como referi no início, não sou adepta de autores orientais, mas este cativou-me. Recomendo a sua leitura.
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