terça-feira, 20 de julho de 2010

"Cidade Proibida" - nº 3

I. Identificação do Livro


AutorEduardo Pitta
Edições: QuidNovi
Nº. de págs.: 95
Colecção: Biblioteca de Verão JN e DN
Ano de edição: 2010
Classificação: Romance

SinopseEmbora dê aulas em Lisboa, é em Londres, na Primavera de 2001, que Rupert conhece Martim. O encontro muda a vida dos dois. De regresso a Portugal, Rupert troca o seu modo de vida pelo de Martim. Por seu intermédio, acede a um meio que lhe é completamente estranho, o das famílias tradicionais com casa no Estoril e assento em poderosos conselhos de administração. Contrariado, vê-se obrigado a privar com um grupo de homens arrogantes com quem Martim estava habituado a programar temporadas de ópera em Nova Iorque e Salzburgo, carnavais em Veneza e compras em Milão. Rupert sabe que não faz parte desse mundo. Tudo visto, a única cedência de Martim foi ter concordado em deixar o gato em casa da mãe para ir viver consigo. No resto manteve-se inflexível. E certo alheamento da realidade fez com que levasse tempo a perceber que a história de ambos era atravessada por zonas de sombra... Cidade Proibida é o retrato de uma certa Lisboa, na actualidade.




II. Opinião Pessoal


Não vou tecer grandes linhas.
Remeto para os links abaixo indicados todos os comentários, críticas literárias e opiniões.

É certo que "Cidade Proibida" fala sobre a homossexualidade masculina.
Mas tal como alguém dizia, as personagens principais poderiam ser hetero que o espírito, a vontade, o objetivo da história não seria afetado.

Então, o que vemos aqui nesta cidade?
  • Soberba, Avareza, Luxúria, Ira, Gula, Inveja e a Preguiça - os 7 vícios capitais - entendidos em sentido lato.

  • Falhas no conceito de «Família». Erros na educação familiar.

  • Falhas no conceito de «relação amorosa». 

  • Falhas de personalidade, de caráter, nomeadamente em relação ao que se gosta/não gosta  e quer/não quer. Falta de convicção em assumir o próprio «eu» perante os outros. Desvios de comportamento. 

Antes de mais,
devemos conhecermo-nos muito bem. Acredito que o auto-conhecimento ajuda imenso nas relações inter-pessoais. Devemos tentar, ao longo da nossa vida, seguir os bons exemplos, e depois tomar decisões por nós próprios. É óbvio que vamos errar, não se acerta nem ganha sempre, mas podemos evitar mágoas e desilusões - podemos evitar o tamanho da queda, o tamanho da ferida...
Quero com isto dizer que, respeito e tolero quem pensa e sente diferente de mim.
Não sou especialista da psique humana para saber o motivo de haver hetero e homossexuais. Pelos vistos, desde que o mundo é mundo, que há essas duas e mais possibilidades de escolha... Cá para mim, é muito simples, ou gosta ou não gosta; ou quer ou não quer - Mas há que ter a certeza e viver mediante a escolha que se fez.
E, nesta obra de Eduardo Pitta, nota-se a falta de consistência em algumas personagens para assumirem o que são, para se revelarem finalmente - um problema atroz que existe na Humanidade, desde a imposição de convenções sociais.

"Eu gosto de ti pelo que és. Sê tu próprio. Assume-te como és. Não te escondas, não tenhas medo. A Verdade libertar-te-á!" 


Vemos homens casados e com filhos que, após vários anos "adormecidos", "acordam" e decidem mudar de vida, isto é, decidem ser verdadeiros com eles próprios. Conclusão: assumem a sua homossexualidade.

Por outro lado, vemos homens casados e com filhos que, após vários anos a cometer adultério, decidem mudar de vida. Conclusão: deixam as amantes ou deixam a esposa!

Será que há tantas diferenças entre um caso e outro?
Não, não há praticamente diferença nenhuma em termos de personalidade, de caráter.


E com isto termino.




Pontuação do Livro
✰✰✰ - Razoável



III. Mais infos




Ƹ̵̡Ӝ̵̨̄Ʒ



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