sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

"Cinquenta Histórias Pouco Clínicas Mas Muito Cínicas", de Artur Couto e Santos

Identificação do Livro


Autor: Artur Couto e Santos
Edições: Edição de Autor
Nº. de págs.: 104
Ano de edição: 1997
Classificação: Contos

Sinopse: Desde que Artur Couto e Santos é Médico de Família, começou a coleccionar histórias exemplares que os seus doentes faziam o favor de lhe confiar. Por vezes as situações eram tão sórdidas e/ou tão inverosímeis que só podiam ser contadas ao nível da anedota. E aqui para nós, quem não gosta de se rir da desgraça alheia?...



Opinião Pessoal

Recebi este livro através da plataforma Winkingbooks.
Gostei muito das histórias relatadas em tom de anedota, realmente não haveria outra forma melhor de as contar. Nelas está implícita a ingenuidade e a ignorância de algumas pessoas, a frontalidade e sinceridade de outras, a falta de atenção e a solidão vivida por uns, a esperteza de outros, a fragilidade e a sensibilidade de alguns, etc.... exemplos da população portuguesa!

Quanto ao autor, fiquei espantada com o seu currículo profissional. Artur Couto e Santos viveu "a febre da liberdade nos loucos anos depois do 25 de abril", onde teve um papel importante na imprensa nacional, junto de nomes como Mário-Henrique Leiria, Carlos Cruz, José Duarte, Mário Zambujal, Júlio Isidro, Raúl Solnado, entre outros... Foi uma época diferente, palco de muitas estrelas: Nicolau Breyner, Herman José, Carlos Paião, as Doce, Lena d'Água, António Variações, Dina, Marco Paulo, ... 
Recordar é Viver ! 


PONTUAÇÃO DO LIVRO

  • ✰✰✰✰✰ - Muito Bom



Sobre o Autor (alguns dados biográficos)

Artur Couto e Santos nasceu em Lisboa, no ano de 1953. Licenciou-se em Medicina pela Faculdade de Medicina de Lisboa, no Hospital de Santa Maria. Desde 1985 é Médico de Família.
É casado, tem dois filhos e 3 netos (pelo menos).
Em 1972, com apenas 19 anos, publicou o seu primeiro texto no jornal República. Desde então, e paralelamente à Medicina, nunca parou de escrever.
De 1974 a 1977 trabalhou no Telejornal da RTP onde chegou a chefe de edição. Em 1981 colaborou no programa Pão Comanteiga da Rádio Comercial.
A partir daí fez várias colaborações e participações em programas na Rádio Comercial, na RTP e em jornais.
Só em 1996, mais ou menos, dedicou-se inteiramente à sua profissão de Médico de Família.

Sugestões

O autor tem dois blogues: de 1999 a 2006 «O Coiso» e de 2006 até aos nossos dias «O Pepino Transitório». São uma ótima ferramenta para o conhecer melhor como pessoa e como profissional.
As ilustrações do livro foram feitas pelo filho do autor, Pedro Couto e Santos, que também tem um espaço na internet «Macacos sem Galho».
Será, também, muito interessante a consulta do blogue «Meninos da Rádio» sobre os tempos áureos da Rádio dos anos 80 em Portugal, Pós-Revolução dos Cravos. Comecem por este post onde menciona o nosso autor Artur Couto e Santos.




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domingo, 16 de novembro de 2014

"Vai Aonde Te Leva O Coração", de Susanna Tamaro

Identificação do Livro


Autor: Susanna Tamaro
Título Original: Va' Dove Ti Porta Il Cuore
Edições: Editorial Presença
Nº de págs.: 118
Coleção: Grandes Narrativas
Ano de Edição: 2001
Classificação: Romance


Sinopse: Antes de mais, importa dizer que estamos perante um romance já célebre e celebrado pelos seus múltiplos êxitos, desde o facto de se ter convertido no livro mais vendido em Itália nas últimas décadas até às numerosas traduções no mundo inteiro. Livro-Sensação, Livro de descoberta ou de redescoberta, e por isso mesmo um livro não alheio à diversidade de reações. Através de um registo em que três gerações de mulheres dialogam, numa voz que reconta as suas vidas, Susanna Tamaro serve-se dessa estrutura narrativa para confrontar os diferentes tempos vividos e reavaliar este ciclo geracional. A leitura deste livro é enleante, quase hipnótica, comovente, o que justifica talvez o seu imenso sucesso internacional. De resto, a circulação do livro a esta escala surpreendente deve-se a um fenónemo de passagem de testemunho de leitor para leitor traduzido numa verdadeira consagração pública do romance de Susanna Tamaro que o tem mantido ininterruptamente no topo das preferências de leitura.


Opinião Pessoal

Ler histórias baseadas em factos reais, ou mesmo ler histórias reais, é forte, chocante e emocionante. As palavras levam-nos para esses cenários onde existia o medo, a guerra ou a alegria e o amor. Imaginar-nos nesses locais, a viver os acontecimentos na própria pele, é um exercício automático que qualquer leitor faz :)
Mas ler as "mentes das personagens", como se de um diário pessoal se tratasse, é terrível e poderoso! Por instantes, parece que o livro fala diretamente connosco e aponta a nossa personalidade, o nosso comportamento com determinadas pessoas, os nossos medos e anseios, os nossos defeitos, as nossas sombras, ... "Vai Aonde Te Leva O Coração" é assim... 


"Gnosei Seauton" [grego]
...Conhece-te a ti mesmo...



PONTUAÇÃO DO LIVRO

  • ❤ - Favorito

Sugestões

À venda na Wook, onde é possível ler um excerto do livro.







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domingo, 19 de outubro de 2014

"A Oeste do Pôr-do-Sol", de Dirk Bogarde

Identificação do Livro

Autor: Dirk Bogarde
Título Original: West of Sunset
Edições: Difel - Difusão Editorial
Nº de págs.: 317
Ano de Edição: 1987
Classificação: Romance

Sinopse: A Oeste de Sunset Boulevard só o Oceano Pacífico; a oeste do pôr-do-sol apenas a eternidade... Hugo Arlington, jovem escritor consagrado, foi de Inglaterra para os Estados Unidos a fim de fazer pesquisa para o seu último livro e morre tragicamente num acidente de automóvel. Suicídio premeditado?
Abandonada e na penúria, Alice, a viúva, e as duas filhas, vêem-se forçadas a trocar os esplendores de Beverly Hills por uma modesta existência na zona ocidental de Los Angeles. Rodeada de amigos auto-exilados, como ela, sem motivos para ficar nem lugar para onde ir, Alice procura aceitar um futuro sem Hugo.
No entanto, sob a aparente calma da sua nova vida de expatriada, existem verdades que lutam para atingir a superfície: a memória de Hugo Arlington não morre e o passado tem dívidas que é necessário saldar.
De escrita tensa e primorosa, simultaneamente duro, romântico e divertido, «A Oeste do Pôr-do-Sol» é o retrato de um grupo de personagens inesquecíveis, observadas com astúcia.


Opinião Pessoal

Num mundo com glamour , cocktails, festas, flirts, ... Há sempre algo que não está bem. A Felicidade não reside aí, e quanto mais tarde nos apercebermos disso, pior.
O mundo das artes do espetáculo, da literatura, da pintura, da escultura, da moda, é um mundo paralelo. Os artistas são pessoas muito peculiares, com identidade muito própria, alguns são bastante excêntricos nos seus modos de falar e vestir, outros são mais reservados e pacatos. Há também aqueles considerados "normais", que não fogem dos parâmetros ditos normais da sociedade, e convivem com os de lá e os de cá... Bom, há artistas para todos os gostos.
O que pretendo focar é a suscetibilidade de certas pessoas estarem mais expostas aos perigos/vícios/tentações.
É do conhecimento geral as várias loucuras cometidas por gente da alta socialite, figuras públicas, artistas de renome... Essas loucuras podem ir desde o consumo excessivo de álcool e medicamentos, o convívio com delinquentes e gangsters, o vício do jogo, drogas, até à pornografia.
É verdade que são pessoas como nós e errar é humano. Mas devido à exposição pública dos seus hábitos, do seu estilo e modo de vida, essas pessoas carregam em si a responsabilidade de transmitirem o seu exemplo aos outros!

Creio estar já a divagar...

Bom, Hugo Arlington, como se descobre na história, esconde um aspeto obscuro da sua personalidade, que a própria esposa desconhece....
A questão é precisamente a que mencionei anteriormente: «a suscetibilidade de certas pessoas estarem mais expostas aos perigos/vícios/tentações»... Talvez por serem de fraco caráter e deixarem-se influenciar facilmente, ou desde sempre tiveram um "pequeno génio mau" dentro de si que se vai revelando... A verdade é que, essas pessoas acabam por cometer atos graves e não têm essa consciência (ou têm personalidade dupla!). O resultado é terrível! Descobre-se coisas horríveis capazes de destruir famílias, relações de amizade e sentimentos. 

O autor do livro, Dirk Bogarde, viveu de perto esse mundo fantástico de artistas e conheceu perfeitamente os dilemas deles. Esta história é baseada na sua experiência. Tal como está escrito na contracapa do livro:
"Em todas as obras tem procurado manter uma atenta e desapaixonada observação dos comportamentos humanos, em especial no que respeita ao mundo do cinema, que tão de perto conhece."

No entanto, este livro não refere apenas o lado mau das pessoas, também apresenta fatos interessantes sobre algumas personagens, que fazem-nos refletir no porquê das coisas ou dão uma justificação tão simples para algo que nós não tínhamos e daí surpreendemo-nos por olharmos a mesma questão de uma outra maneira =)

Posto isto, resta-me apenas aconselhar a sua leitura.
É bom irmos conhecendo os bastidores, levantar a cortina, ...


PONTUAÇÃO DOS LIVROS

  • ✰✰✰✰ - Bom



Sugestões

Dirk Bogarde foi um notável actor britânico.
Encontra-se muita informação sobre a sua vida e obra literária (carreira que também abraçou a partir de 1977). Consultem a página da wikipedia.



。◕‿◕。







domingo, 14 de setembro de 2014

"Romeu e Julieta", de William Shakespeare

Identificação do Livro

Autor: William Shakespeare
Título Original: Romeo and Juliet
Edições: Abril/Controljornal
Nº de págs.: 95
Colecção: Colecção Novis - Biblioteca Visão
Ano de Edição: 2000
Classificação: Tragédia (texto dramático)

Sinopse: A obra de William Shakespeare perdurou ao longo dos séculos como referência inigualável da literatura dramática universal. Com Romeu e Julieta, o autor criou um dos mitos da nossa civilização, através de um enredo habilmente construído, em que o amor  a morte se encadeiam numa sucessão emocionante de encontros e desencontros, ódios e amizades, esperanças e desesperos. Na verdade, a paixão dos dois jovens, pertencentes às famílias rivais dos Capuletos e dos Montecchios, acaba por ter um destino trágico e redentor, que marca uma das mais belas histórias de amor.


Opinião Pessoal

Não quero ferir os sentimentos de ninguém, mas eu não considero esta peça brilhante...
Acho-a completamente "lamechas", exageradamente cheia de sentimentalismos, de ações espontâneas típicas de adolescentes, de ações irracionais, ... Não é exemplo para ninguém!

Nesta peça vê-se o que não se pode fazer.
Não sei se isso vale alguma coisa... 

Fiquei desapontadíssima quando acabei de ler.
Tanta gente a elevar esta obra aos céus, quando, para mim, e penso que na realidade, não tem esse valor.

O tema dos casamentos e das relações conjugais com menores desde sempre me incomodou.
E há que focar que, Julieta tinha apenas e só 14 anos!
A idade de Romeu não é mencionada.
Mas o verdadeiro amor não se descobre nessas idades... aí vai-se sentindo as primeiras flechas da paixão, onde se sente tudo muito exageradamente e o fim de uma relação ou a negação de um "amor" é quase o fim do mundo! Os nervos andam à flor da pele! Tal como é própria essa fase da adolescência.

Eu sei que o contexto histórico é outro.
Que casar com 14 anos ou menos, e ter filhos, era normal.
Que a mentalidade e a própria educação das raparigas ia nesse sentido: crescerem corporalmente como mulheres, serem boas donas de casa, serem boas esposas, terem aprendido algum mister, obedecerem ao marido, conformarem-se e agirem de acordo com a sua condição social.
Por outras palavras: um horror.... que ainda é vivido, hoje em dia, por muitas raparigas noutras culturas... 


Não vou alongar mais.
Fico por aqui.




PONTUAÇÃO DO LIVRO

  • ✰ ✰ - Fraco







Sugestões


Nas wikipedia encontram quase tudo sobre esta peça.
Há uma adaptação cinematográfica muito boa, lançada em 2013, que retrata muito bem a trama da obra shakesperiana. Podem ver a página do filme no site IMDb e o trailer no youtube.
Podem ler a obra completa em formato digital aqui.






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quinta-feira, 14 de agosto de 2014

"Um Rei na Manga de Hitler - Conspiração em Lisboa", de José Goulão


Identificação do Livro


Autor: José Goulão
Edições: Gradiva
Nº de págs.: 524
Colecção: Fora de Colecção
Ano de Edição: 2013
Classificação: Romance

Sinopse: Verão de 1940. A Inglaterra resistia ao fogo cerrado da aviação nazi. Portugal vivia a chamada neutralidade salazarista, através da qual a elite da ditadura tirava proveito da tragédia alheia. Na vivenda de um banqueiro português, em Cascais, Hitler tinha debaixo de olho o seu «Pétain inglês», o ex-rei Eduardo VIII de Inglaterra, então Duque de Windsor. Este debatia-se num dilema: seguir o caminho da traição, que o faria regressar ao trono ao serviço dos nazis; ou tomar o paquete rumo às Bahamas para assumir o lugar de governador, que o irmão e sucessor, o rei Jorge VI, lhe atribuíra.
Um manuscrito saído de uma gaveta onde esteve sepultado durante meio século, num casarão da Avenida Elias Garcia, em Lisboa, revela os segredos desta intriga internacional vivida entre Lisboa, Peniche e o Tejo fronteiriço. Uma intriga cujo desfecho foi decisivo na Segunda Guerra Mundial e nas intenções do ditador Franco para atacar Portugal. Uma narrativa inspirada em factos reais, interpretada por heroínas e heróis de carne e osso que arriscaram a vida para desatar as tramas tecidas entre os chefes nazis e regimes colaboracionistas. Uma acção passada sob o flagelo de guerra, de contrastes entre um amor de conveniência e amores genuínos, tão fortes que sobreviveram aos desencontros da vida, e à própria morte. O retrato escondido de uma época dramática, num país vigiado e subjugado, mas em que muita gente lutou inconformada e corajosamente pela liberdade.



Opinião Pessoal


Influenciada pela minha professora de português do ensino secundário, não gosto de jornalistas escritores. Porque parece que em Portugal todos esses jornalistas pretendem ser "best-sellers" à semelhança dos contemporâneos norte-americanos.
Consequentemente, evito comprar livros escritos por jornalistas.

Ora, esta foi uma exceção por causa do tema.
Como já disse, fascina-me tudo o que esteja relacionado com as Grandes Guerras Mundiais, e este livro fala precisamente sobre a influência da 2ª Guerra em Portugal: INTERESSANTÍSSIMO.
A curiosidade e o "faro de jornalista" ajudaram o autor a criar o enredo com base em perguntas e factos reais: E se o Duque de Windsor tivesse tomado partido por Hitler? Haveria simpatia pelos ideais nazis?

Gosto, sinceramente, pelo cenário da história ser Portugal.
É tão interessante "viver" os anos 40 portugueses! Conhecer as pessoas, as convenções sociais, os espaços, as relações, os amores, ...

Um bom livro, sim senhor  =)



PONTUAÇÃO DO LIVRO

  • ✰✰✰✰✰ - Muito Bom


Sugestões






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sexta-feira, 11 de julho de 2014

Quotes "Nove Mil Dias e uma só Noite"






























⊱✿◕‿◕✿⊰






"Nove Mil Dias e uma só Noite", de Jessica Brockmole

Identificação do Livro


Autor: Jessica Brockmole
Título Original: Letters From Skye
Edições: Editorial Presença
Nº. de págs.: 256
Coleção: Grandes Narrativas
Ano de edição: 2014
Classificação: Romance

Sinopse: Março de 1912. A jovem poetisa Elspeth Dunn nunca saiu da remota ilha escocesa de Skye, onde vive, e é com grande surpresa que recebe a primeira carta de um admirador do outro lado do Atlântico. É o início de uma intensa troca de correspondência que culminará num grande amor. Subitamente, a Europa vê-se envolvida numa Guerra Mundial, e o curso normal das vidas é abruptamente interrompido. Junho de 1940. O Velho Continente vive mais uma vez o tormento de um conflito mundial e uma nova troca epistolar incendeia os corações de dois amantes, desta vez o de Margareth, filha de Elspeth, e o do jovem piloto da Royal Air Force por quem se apaixonou. Cheio de glamour e de pormenores de época, este romance faz a ponte entre as vidas de duas gerações - os seus sonhos, as suas paixões e esperanças -, e é um testemunho do poder do amor sobre as maiores adversidades.


Opinião Pessoal


A história é muito boa, acontece nos dois momentos mais marcantes da humanidade e só esse facto já vale muito. É um romance rotulado tipicamente de «feminino» ou «mais desejável ao público feminino».

A técnica de narração - dividir o relato em duas gerações, como que escrevendo duas histórias ao mesmo tempo, neste caso de Elspeth Dunn e de Margareth Dunn - não é uma novidade. O que faz com que seja uma boa técnica é a ligação que a autora faz. Quero com isto referir-me às decisões/escolhas/opções que as personagens da 1ª geração tomaram e que influenciaram as personagens da 2ª geração.

Tenho lido críticas a respeito dos diálogos... Estes realmente parecem-me muito atuais, com vocabulário e expressões usadas agora; mas talvez seja isso que torna esta história tão próxima! Até encontrei bastantes coincidências comigo, o que pode não acontecer com outras pessoas, como é óbvio.

Para terminar, aconselho a sua leitura. Pode parecer uma «história de meninas», mas não é. Acredito que "eles" também vão gostar porque de certeza irão rever-se em alguma personagem Happy/Smile


PONTUAÇÃO DO LIVRO

  • ❤ - Favorito



Book Trailer





Sugestões


Leiam um excerto da obra aqui.

E já agora, aconselho também a lerem "O Outro Lado da Verdade", de Marcos Bessa. Apesar de ser um autor português, num contexto histórico muito diferente, a técnica narrativa é semelhante, e o fim inesperado Happy/Smile.



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sábado, 14 de junho de 2014

Filme "O Grande Gatsby" (2013)



Os cenários e os adereços estão de acordo com a época, mas deu-me a sensação de estar a ver uns Anos 20 futurista devido ao excesso de efeitos visuais - vejam neste vídeo. Neste documentário brasileiro, as cenas parecem-me mais reais, por exemplo, não são tão fantasiosas. Compreendo perfeitamente que a indústria do cinema tenha de lucrar, mas acho que exageraram nos efeitos...
Contudo a história está lá no filme, com ou sem os efeitos visuais, a história está lá e gostei.
A escolha dos atores penso que foi acertada. Leonardo Dicaprio representa bastante bem Jay Gatsby, e Tobey Maguire como Nick Carraway também não está mal.
É um bom filme que retrata um grande livro 




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Quotes "O Grande Gatsby"








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"O Grande Gatsby", de F. Scott Fitzgerald

Identificação do Livro


Título Original: The Great Gatsby
Edições: Abril/Controljornal
Nº. de págs.: 189
Colecção:  Colecção Novis - Biblioteca Visão 5
Ano de edição: 2000
Classificação: Romance
Sinopse: A celebridade de F. Scott Fitzgerald deve-se, em grande parte, ao êxito que obteve com O Grande Gatsby. É um romance que retrata uma geração e evidencia as contradições do «sonho americano». A glória e a decadência do self-made man, a ambição e a busca desenfreada do dinheiro, a corrida em direção a um futuro tão prometedor como ilusório, tudo sobre o fundo de uma intriga amorosa, são ingredientes para construir uma história fascinante. No entanto, esta obra não se limita a exibir o mundo da Idade do Jazz, nem a relatar as peripécias de um drama sentimental, pois alerta, quase como uma alegoria, para questões centrais que mantêm a sua acutilância nos dias de hoje.


Opinião Pessoal


"O Grande Gatsby" é deveras um bom  livro. Gostei particularmente do narrador, Nick Carraway, que nos leva a conhecer um pouco dos «Loucos Anos 20» nos EUA. Este período pós-guerra, onde a humanidade "acaba de acordar de um pesadelo", é caraterizado pela busca rápida da felicidade e bem-estar. As pessoas passam a viver segundo a máxima latina "Carpe Diem", que quer dizer aproveita o momento, e a população dos EUA são um ótimo exemplo disso. Para além da guerra , foram-se desenvolvendo e criando novas coisas na Cultura e na Ciência; foco particularmente, a música, a moda, as regras de convivência social, o cinema, a pintura e a literatura... 
  • Jazz - música originalmente do povo negro dos Estados Unidos, caracterizada pelo ritmo sincopado, pela improvisação, pelas mudanças rápidas de tom e pelo emprego original dos instrumentos de percussão;
  • Charleston - é uma dança surgida na década de 1920 pouco depois da Primeira guerra mundial, sendo um divertimento dos cabarés, onde as mulheres dançavam e mostravam mais as pernas porque as saias eram mais curtas e tinham o cabelo à garçonne. O nome se origina da cidade de Charleston. na Carolina do Sul.
  • Foxtrote - é uma dança de salão de origem norte-americana, surgida por volta de 1912. Ela é caracterizada por movimentos longos e contínuos, cuja direção segue o sentido anti-horário, em andamento suave e progressivo.
  • Moda - Nessa época, a moda já estava livre dos espartilhos do século XIX. As saias já mostram mais as pernas e o colo. Na maquilhagem, a tendência era o batom. A boca era carmim, em forma de coração. A maquilhagem era forte nos olhos, as sobrancelhas eram tiradas e o risco pintado a lápis. A tendência era ter a pele bem branca. Foi a época de Hollywood em alta, e a maioria dos grandes estilistas da época, como Coco Chanel e Jean Patou, criaram roupas para grandes estrelas.

Prestando agora atenção à trama do livro, reconheço que há questões que se mantêm atuais, questões essas que estão ligadas aos valores. Não me choca particularmente nenhuma situação, pois a nossa sociedade também se comporta da mesma forma que a sociedade dos Anos 20, confrontados com a anomia social... Mas, apesar das cenas não serem para nós uma novidade, é um livro que transmite lições, o próprio narrador vai aprendendo a lidar com esse mundo fantástico, nunca deixando a sua personalidade mudar; isto é, ele mantém-se fiel aos seus valores. Eu identifico-me com este Nick Carraway. Daí ter gostado bastante de ler a sua narração dos factos.
Em relação ao próprio Gastby, personagem principal, gosto dele, mas sinto pena... É verdade que ele teve uma experiência de vida riquíssima, viu e viveu de tudo um pouco, mas ele nunca conseguiu alcançar a verdadeira felicidade... E há uns pontos da história que me surpreendem, pois no início julguei mal o Gatsby.
Realmente, como afirma o pai do narrador, logo no primeiro capítulo «De cada vez que te apetecer criticar alguém, lembra-te sempre de que nem toda a gente neste mundo gozou algum dia das vantagens que tu tens tido.»
Pode ler-se um excerto do livro aqui.



Pontuação do Livro
  • ✰✰✰✰✰ - Muito Bom

Ƹ̵̡Ӝ̵̨̄Ʒ




Sugestão

Para visualizar melhor como era a sociedade naquela época, aconselho a verem uns vídeos da novela brasileira "O Cravo e a Rosa" (2000), uma comédia romântica inspirada no clássico "A Fera Amansada", de William Shakespeare. A história localiza-se na cidade de São Paulo dos Anos 20 e narra o conflituoso romance entre o rude Petruchio e a fera Catarina, simpatizante dos ideais feministas, filha mais velha do banqueiro Nicanor Batista.
Há um documentário sobre este livro no Youtube feito pelo site «Maior fórum de documentários dublados ou legendados em língua portuguesa». Podem vê-lo aqui. Está bem construído ๑㋡๑ 
Outra sugestão é verem a recente adaptação do livro "O Grande Gatsby" para o cinema. Podem ver o trailer aqui.



Fontes:

"jazz", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/dlpo/jazz [consultado em 30-05-2014].
"Charleston", in Wikipedia - A Enciclopédia Livre, http://pt.wikipedia.org/wiki/Charleston_(dan%C3%A7a) [consultado em 30-05-2014].
"Foxtrote", in Wikipedia - A Enciclopédia Livre, http://pt.wikipedia.org/wiki/Foxtrote [consultado em 30-05-2014].
"Moda Anos 20", in Wikipedia - A Enciclopédia Livre, http://pt.wikipedia.org/wiki/Moda#A_moda_nos_anos_1920 [consultado em 30-05-2014].
"Anomia social", in Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2014. [Consult. 2014-05-30]. Disponível na www: <URL: http://www.infopedia.pt/$anomia-social>.





(◡‿◡✿)




sábado, 10 de maio de 2014

"O Ouro" de Blaise Cendrars


Identificação do Livro



Autor: Blaise Cendrars
Título Original: L'or
Edições: Assírio & Alvim
Nº. de págs.: 176
Colecção: O Imaginário
Ano de edição: 2004
Classificação: Romance

Sinopse: Em meia dúzia de anos, Johann August Suter, o homem que atravessara a pé a fronteira entre a Suíça e a França, crivado de dívidas e fugido aos credores, cruzou o continente americano e ancorou na Califórnia, em vastos territórios inexpugnáveis, que, com sentido de organização e disciplina, começou a colonizar. Enriqueceu num instante. Depois, um dia, um operário descobre o ouro; e tão depressa quanto enriquecera, Suter vê os seus domínios invadidos, ocupados, destruídos. É o ouro, é o ouro!, grita Cendrars. O seu romance, linear, febril, vertiginoso, conta a história, esta história, com pormenores que, aqui e ali, acrescentam um sopro de tragédia àquilo que é um drama de três vinténs - ou de duzentos milhões, o que, para o caso, é absolutamente irrelevante.



PONTUAÇÃO DO LIVRO

  • ✰✰✰✰✰ - Muito Bom



Excertos



"(...) A situação da Califórnia era extremamente precária. A sua própria existência estava em causa. Os estabelecimentos das Missões, que os jesuítas tinham edificado em todo o território da Velha Califórnia, da mesma forma que em todos os países do Ultramar, não conseguiram resistir à desagregação geral da Ordem, em 1767, passando para as mãos dos franciscanos. Foram estes que iniciaram a colonização da Nova Califórnia, onde os jesuítas nunca se tinham aventurado."



"(...) Se tivesse podido levar os meus planos até ao fim, ter-me-ia tornado, em pouco tempo, o homem mais rico do mundo: a descoberta do ouro arruinou-me."




Mais infos/Links



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terça-feira, 15 de abril de 2014

Quote "A Arte de Amar"










"A Arte de Amar", de Elizabeth Edmondson



Identificação do Livro


Autor: Elizabeth Edmondson
Título Original: The Art Of Love
Edições: ASA
Nº. de págs.: 400
Colecção: Literatura Romance
Ano de edição: 2009
Classificação: Romance

Sinopse: "Polly Smith está a tentar sobreviver enquanto artista quando Oliver, seu amigo e mecenas, a convida a ir para casa do pai no Sul de França. Entusiasmada por poder fugir do frio e da chuva de Londres e do noivo monótono, Polly pede a sua certidão de nascimento para poder requerer um passaporte. Mas é aí que o seu mundo desaba: aquela que sempre pensou ser sua mãe é, na verdade, sua tia; a identidade do pai é desconhecida e até o seu próprio nome não está correcto. A sua «fuga» para o sol da estimulante da Riviera imprime uma nova vida à sua pintura, mas nem tudo corre bem na mansão onde está hospedada. O pai de Oliver foi forçado a abandonar a Inglaterra no meio de um escândalo e, apesar do sofisticado e cosmopolita grupo de amigos que o rodeia, está prestes a ser apanhado pelo seu passado. E, embora Polly se encontre no centro de uma teia de mentiras, o seu próprio futuro começa a tomar um novo e fascinante rumo..."



Opinião Pessoal


Sinceramente, não gostei deste livro, desta história, nem da autora.
Não é uma escritora brilhante apesar dos seus livros serem bestseller's. O seu tipo e a sua forma de escrita é simples, mas não é cativante nem envolvente.
Primeiramente, o que me desgostou foi a capa escolhida pela editora ASA porque não tem nada a ver com a história, e depois foi a sinopse que está mal feita; estes dois pontos, capa e sinopse, induzem o leitor em erro, o que não deveria acontecer. Se atentarmos na versão inglesa pela editora HarperCollins Publishers, tanto a capa como a sinopse estão de acordo com a história (ver aqui), porque contextualizam no tempo e no espaço a acção.
Em segundo, a construção das personagens não foi a mais bem sucedida, exceptuando-se Polly, a personagem principal, que a meu ver é a única que se salva. A autora criou uma teia de personagens interligadas entre si numa nuvem de coincidências bizarras - eu acredito em coincidências, contudo a autora exagerou e fantasiou um pouco. A saída de algumas personagens foi forçada, como aconteceu com Roger, noivo de Polly, e Sir Walter, o vilão da história - o que dá a ideia errada de que podemos enterrar os nossos problemas pois eles não irão aparecer. Seria mais enriquecedor haver um confronto final entre Polly e Roger ou com Sir Walter.
Devido a esta mixórdia de histórias individuais a ocorrerem ao mesmo tempo, penso que Elizabeth Edmondson tem mais jeito para escrever guiões de filmes do que livros, é que a divisão dos capítulos corresponde tal e qual a cenas de filmes (take 1, take 2, take 3, etc...). Esta autora não chega aos calcanhares da portuguesa Rosa Lobato de Faria, que também usou no seu livro "O Prenúncio das Águas" essa técnica da divisão dos capítulos de acordo com a visão de cada personagem. Se repararem, "A Arte de Amar" não perderia nada se fosse adaptado para o cinema.
Em terceiro lugar, não me pareceu haver um rigor histórico. É verdade que se menciona as pinturas vanguardistas dos inícios do séc. XX, juntamente com a vida precária dos artistas em geral. Mas Sommerset Maugham faz isso mil vezes melhor com mais qualidade, precisão e rigor, tal como se vê em "A Lua e Cinco Tostões".
Por último, há alguns pontos que poderão ser considerados interessantes, nomeadamente quanto ao pensamento da época e a alguns costumes ou práticas da sociedade londrina, mas não são suficientes para eu dizer que o livro vale a pena.
Em jeito de conclusão, este tipo de livrosbestseller's são para leitores menos exigentes, pessoas atarefadas com o seu dia a dia e/ou com pouca prática de leitura. Como disse mais acima, a escrita é simples e perfeitamente compreensível, há escândalos corriqueiros e intrigas, uma boa história para se vender porque não obriga o leitor a pensar muito.



PONTUAÇÃO DO LIVRO

  • ✰ ✰ - Fraco



Mais infos






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domingo, 9 de março de 2014

"Silêncio de Ferro", de Marcello Fois

Identificação do Livro

Autor: Marcello Fois
Título Original: Ferro Recente
Edições: Edições ASA
Nº de Págs.: 152
Coleção: Pequenos Prazeres
Ano de Edição: 2003
Classificação: Romance

Sinopse: A Sardenha, onde Marcello Fois nasceu, ficou marcada para sempre pela violência típica das velhas épocas contemporâneas da dominação romana.
Este romance, que se debruça sobre três assassinatos bárbaros e inexplicados, que a justiça tende a ligar a um longínquo caso de terrorismo, reflecte toda a dureza dessa terra obscura e martirizada. Para lá da superfície, ressoa, taciturna e secretamente, um mistério, um desses perigosos mistérios de uma Sardenha ancestral, silenciosa e cortante como o ferro.Um mistério que está destinado a provocar outras mortes, num cenário feroz de amor e ódio, numa terra agreste que só aos poucos se deixa conhecer.


“Silêncio de Ferro é um romance belíssimo, em que o horror e a tensão da narrativa constroem a estrutura coral de uma verdadeira tragédia, uma tragédia negra.”

Carlo Lucarelli





PONTUAÇÃO DO LIVRO

  • ✰✰✰✰✰ - Muito Bom